Em apenas três dias, dois incêndios na Estação de Rio Pardo

Em um intervalo de apenas três dias, dois incêndios. O primeiro, na última quinta-feira (18/10). O segundo, no último sábado (20/10). Este é o cenário preocupante encontrado na Estação de Rio Pardo, base do Sindipetro Litoral Paulista.

O foco dos incêndios foi o sistema OSPLAN, responsável por transferir produtos processados leves como diesel, gasolina, nafta e QAV. O incidente, embora não tenha causado vítimas, chamou a atenção do Sindicato para as condições de segurança da estação, pois o sistema não estava configurado como deveria.

A situação foi atestada a partir do registro de um vídeo (assista aqui) que mostra claramente que o sistema de incêndio não estava pressurizado, o que fez com que a água demorasse para chegar. Isso postergou a extinção do incêndio. A quantidade de produto em chamas - que provavelmente era nafta ou diesel - foi extinta com o fogo, que também se extinguiu por si só.

No entanto, o combate ao incêndio foi apenas um detalhe, já que nem combustível suficiente existia para acionar o motor a diesel da bomba de emergência. De acordo com o SMS, o verdadeiro problema, na verdade, são as condições de segurança da unidade.

Esses dois incidentes deixam em aberto alguns questionamentos. Será que houve preocupação com o posicionamento dos equipamentos de combate a incêndio? Há brigadistas na ESPAR? As empresas contratadas disponibilizam cursos de brigadistas para seus colaboradores? Aparentemente, não. A ausência de vítimas feridas foi um puro golpe de sorte e isso não justifica de maneira alguma a falta de medidas para garantir a segurança dos trabalhadores em seu próprio ambiente de trabalho.

TEBAR No Tebar, a situação com o mesmo sistema é tão agravante ou até mesmo pior que a encontrada em Rio Pardo. O terminal, que vem passando por um processo de ampliação nos sistemas de dutos, está com toda a sua área comprometida pelas construções, e o problema é que não existem profissionais capacitados para executar a obra. O pior é saber que a empresa contratada para realizar o serviço está com seus dias contados e que, consequentemente, a obra poderá aguardar uma nova contratação para finalizar os serviços no OSPLAN.

Diante dessa situação, se por ventura ocorrer um incêndio num tanque qualquer, as chances de algum trabalhador se ferir é preocupante, pois falta planejamento. O terminal tem um problema crônico quando se trata de equipamentos que não garantem a segurança do trabalhador. Lidar com máquinas já é por si só uma atividade perigosa, e isso só se consolida quando a empresa responsável tem uma mania reprovável de executar manutenções superficiais.

O Sindipetro-LP já está cobrando da empresa medidas imediatas para solucionar esses problemas e uma apuração transparente dos dois acidentes ocorridos na Estação de Rio Pardo. Entretanto, até o momento o Sindipetro sequer foi procurado para participar da apuração. Tal postura é um desrespeito não apenas com a entidade, mas principalmente com a categoria e, mais ainda, com os trabalhadores expostos à política de insegurança que se perpetua no Sistema Petrobrás.

Veja abaixo o vídeo com o registro do primeiro acidente, ocorrido no dia 18 de outubro: