FNP participa de atos, em Brasília, contra o ACE e Fator Previdenciário

A Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) marcou presença em dois importantes atos realizados nesta quarta-feira (28/11), em Brasília. Pela manhã, participou ao lado de diversas entidades do seminário que visa articular a luta contra o Acordo Coletivo Especial (ACE) e na parte da tarde foi até a Câmara dos Deputados, acompanhada de outras entidades, cobrar dos deputados o fim do fator previdenciário de acordo com as reivindicações históricas do movimento sindical.

Apresentadas como propostas da classe trabalhadora, tanto o ACE quanto a proposta de substituição do Fator Previdenciário, em tramite no Congresso, o Fator 85/95, são na verdade mais uma forma de retirar direitos dos trabalhadores.

De acordo com Ademir Gomes Parrela, secretário-geral da FNP, que esteve nas duas manifestações ao lado do diretor do Sindipetro-RJ, Roberto Ribeiro, a federação cumpre o seu papel classista de estar em todas as lutas dos trabalhadores. "Sabemos que os petroleiros não estão isolados. Fazem parte de uma realidade que é comum a todas as categorias. Por isso, estamos aqui para fortalecer uma luta da maior importância: o combate sem trégua aos ataques do Governo e dos patrões. O ACE e a reforma da previdência representam um retrocesso para os trabalhadores".

ACE flexibiliza direitos!O seminário nacional contra o ACE foi realizado em uma grande tenda, armada na Esplanada dos Ministérios, com a presença de aproximadamente 800 trabalhadores vindos de 17 estados. Entre as iniciativas indicadas está uma marcha nacional que será convocada para a primeira quinzena de abril de 2013 em defesa dos direitos dos trabalhadores.

A proposta pretende que o negociado prevaleça sobre o legislado, ou seja, que os sindicatos possam fechar acordos com as empresas que valham sobre os direitos contidos na Convenção Coletiva do Tra­balho (CLT).

Dessa forma, se aprovado este projeto, estariam legalizados acordos que, por exemplo, permitem a divisão das férias em mais de dois períodos; o pagamento parcelado do 13º salário, até mesmo em parcelas mensais; a ampliação do banco de horas sem limites; contratação temporária e a terceirização dentro das empresas sem nenhum limite; além de outras manobras.

Nem Fator previdenciário, nem Fator 85/95Cerca de 200 pessoas estiveram na Câmara para protestar contra as mudanças da Reforma da Previdência previstas para ir a voto no final do mês de novembro. O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), pautou para votação as mudanças na previdência que vem sendo negociadas pelo governo e centrais sindicais governistas. Essas mudanças incluem a troca do Fator Previdenciário pela Formula 85/95.

Se o Fator Previdenciário altera o cálculo para a aposentadoria dos trabalhadores, podendo reduzir em até 40% o benefício a ser recebido, o Fator 85/95 prevê que para se aposentar a soma do tempo de contribuição e idade deve chegar a 85 anos no caso das mulheres e a 95 anos no caso dos homens. O tema está na pauta do plenário da Casa desta semana e a matéria pode ser votada entre hoje e a próxima quinta-feira (22).

Com informações do ANDES/SN