Contrato no Tebar permite que empresa sirva alimentação ruim impunemente

O imbróglio envolvendo a alimentação dos trabalhadores do turno de zero do Tebar segue sem solução. Mesmo após os atrasos de 1h (realizados pelos petroleiros na entrada do expediente nos dias 8 e 15 de fevereiro), a companhia segue sem apresentar uma solução para a categoria. E o pior: com novos fatos que apenas agravam a situação.

ImpunidadeIndignados com o impasse gerado para um problema de fácil resolução, os trabalhadores do terminal não possuem - hoje - qualquer condição de interferir na qualidade da alimentação servida.

Isso porque o contrato firmado entre o Tebar e a terceirizada responsável pela alimentação prevê que 90% do que for preparado, independentemente do consumo, deve ser quitado com a prestadora de serviço. Tal regra, extremamente benevolente com a terceirizada, se aplica a todas as linhas do contrato. Ou seja, 90% do que é servido na ceia é pago, 90% do que é servido no almoço é pago e assim por diante para todas as demais refeições servidas.

Com isso, longe de ser punida por servir uma alimentação ruim, a empresa ainda é premiada com uma relação de negócios promissora. Afinal, permite a perpetuação de um contrato que protege a prestadora de serviço, pois mesmo que os alimentos sejam ruins e os trabalhadores se recusem a comer, o dinheiro continuará caindo religiosamente na conta da empresa. O "prejuízo", no máximo 10% do que foi servido, na verdade é lucro.

O que reivindicamos?O que parece capricho dos trabalhadores, argumento usado na boca miúda de gerentes para desqualificar a reivindicação, trata-se de uma obrigação da empresa com os trabalhadores. Afinal, o próprio ACT prevê a manutenção de um Programa de Alimentação Saudável que, evidentemente, não está sendo posto em prática no terminal.

Alimentos amassados ou queimados, transporte precário das refeições no interior do terminal, ingredientes incompatíveis com as necessidades específicas da jornada de trabalho dos empregados e fiscalização frouxa do contrato fazem parte do arsenal de problemas enfrentados pelos petroleiros no que se refere às refeições servidas.

As propostas apresentadas até agora pela empresa não atendem às necessidades e reivindicações da categoria. Caso a empresa duvide da legitimidade das reivindicações da categoria, o Sindipetro-LP se coloca à disposição para comprovar que o cardápio da empresa não atende às necessidades dos trabalhadores. Para isso, estamos dispostos a contratar especialistas na área (nutricionistas, endocrinologistas, especialista em sono, etc). Eles, certamente, irão concordar com todas as críticas feitas até agora.

Resposta à omissão é mobilizaçãoPor fim, já que não foi apresentada até o momento nenhuma solução e a empresa tem se mostrado omissa, o Sindipetro-LP iniciará na área setoriais com os trabalhadores para discutir os problemas aqui citados e a deflagração de um movimento por tempo indeterminado. A história do movimento sindical já demonstrou que só com lutas há conquistas. E a categoria petroleira não se furtará de mais uma vez arrancar da empresa os seus direitos.