Um problema de fácil resolução até mesmo para uma empresa de pequeno porte está ganhando proporções gigantescas no Sistema Petrobrás - simplesmente a empresa mais importante do País. E o pior, no maior terminal marítimo da América Latina.
Mesmo após diversas denúncias, reuniões, cobranças e até mesmo a deflagração de atrasos no expediente do turno, a gerência do Tebar continua servindo os trabalhadores com uma alimentação que não deixará saudades, mas certamente não será esquecida por todos aqueles que diariamente observam o prato servido com frustração e, muitas vezes, nojo.
Inicialmente um problema aparentemente pontual, restrito à ceia servida aos petroleiros do turno de 0h, a qualidade dos alimentos e do preparo da refeição também estão sendo fonte de insatisfação entre os trabalhadores do regime administrativo. De "puro capricho" de alguns trabalhadores, tese que deve estar sendo usada pela gerência (afinal, nenhuma medida foi tomada), o problema se alastrou para os demais setores e agora se consolida, infelizmente, como um problema crônico do terminal.
Para se ter uma ideia da gravidade do caso, alguns empregados já encontraram alimentos com mofos e bolores, verduras com larvas e insetos, carnes mal cozidas, batatas cruas, pedras no feijão, dentre outros absurdos que ocorrem sistematicamente e apenas a empresa não vê. Além disso, já virou uma marca registrada das alimentações servidas o fato de que os ingredientes não têm tempero. "Até comida de hospital seria mais saborosa", diria o Petrolino.
Alimentação Saudável... só no papelCom uma forte campanha de comunicação, com direito a vídeos do doutor global Dráuzio Varella e prêmio nacional em 2009 da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial, o programa Alimentação Saudável realmente mereceu todos os prêmios que recebeu pela ótima campanha publicitária feita em todas as unidades. Uma pena que, mais uma vez, ficou apenas na propaganda.
Desde que o programa foi aplicado no Tebar, os trabalhadores estão submetidos a uma refeição maravilhosa na descrição do cardápio e horrível no momento em que é ingerida. Para não sermos "injustos", devemos aqui dizer que no primeiro dia do programa a alimentação servida estava boa, mas pelo visto devemos considerar esta exceção apenas uma peça publicitária. Afinal, a realidade desde então tem sido uma alimentação tão ruim que muitos empregados abandonam o prato na mesa pra comer lanche na rua.
Ou seja, o programa que deveria servir para melhorar a qualidade de vida dos petroleiros, está na prática servindo para piorar o hábito alimentar da força de trabalho. Isso porque, sem saída, muitos trabalhadores são obrigados a recorrer a sanduíches e outras comidas fast-food pra não ter de comer alface com insetos, pão mofado e comida sem tempero. Nos parece, infelizmente, uma troca razoável. Afinal, antes uma coxinha oleosa, mas com sabor, do que uma alface supostamente mais saudável com uma larva de brinde.
Por fim, na reunião em que foi comunicada a alteração do cardápio com a adoção do programa Alimentação Saudável, foi prometido um retorno da empresa para que os trabalhadores opinassem sobre a qualidade da refeição servida. Retorno que até hoje não foi cumprido.
Todos à assembleia!Na próxima segunda-feira (25/03), os trabalhadores do Tebar - seja ADM, seja Turno - terão a oportunidade de definir, em assembleia, quais estratégias de luta serão usadas para combater esta e outras irregularidades (assédio moral, quadro mínimo reduzido, etc).
Com primeira chamada às 18h30 e segunda chamada às 19h, a assembleia também será realizada com os trabalhadores da UTGCA e RPBC - unidades que também estão enfrentando muitos problemas. A definição de um calendário de mobilizações, e o caráter dessas mobilizações, será a principal pauta de discussão. Esperamos todos na sub-sede.
Devemos dar uma dura resposta à intransigência da empresa, que segue fechando os olhos para as denúncias não apenas do Sindicato, mas cada vez mais de toda a força de trabalho. Só com lutas há conquistas!