FNP soma-se às mobilizações que sacodem o país

Na última quinta-feira (20/06), data histórica em que mais de 1 milhão de brasileiros foram às ruas, a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) se somou às lutas que varrem o país pela redução da tarifa do transporte público em diversas cidades. Após diversos dias de luta, a juventude de São e do Rio de Janeiro derrubaram os aumentos promovidos pelas prefeituras. O mesmo ocorreu em outros municípios espalhados pelo Brasil, incluindo 14 capitais.

A FNP esteve presente nos atos realizados em Santos, Caraguatatuba e São José dos Campos, no estado de São Paulo, em Aracaju (SE), Belém (PA) e no Rio de Janeiro (RJ). Em todas essas cidades, os petroleiros levaram como principal bandeira e reivindicação a luta contra os leilões do petróleo, com a defesa por uma Petrobrás 100% Estatal.

A adesão dos trabalhadores aos protestos realizados pela juventude brasileira é um ponto estratégico para que as mobilizações ganhem peso e sejam ampliadas para um leque de reivindicações das categorias organizadas. Mais do que isso, é essencial para desmoronar a investida de setores conservadores reacionários da direita, que tentam a todo custo desviar o foco das mobilizações. A aliança operário-estudantil mais uma vez deve ser colocada em prática.

Há uma insatisfação generalizada que precisa ser canalizada para reivindicações progressivas, do campo de esquerda. Hoje, as palavras de ordem, as reivindicações são as mais diversas, desde saúde, educação, transporte de qualidade à rejeição aos bilhões de dinheiro público gastos com os grandes eventos esportivos. Há também um sentimento contra a corrupção e um legítimo questionamento aos políticos de plantão.

A força dessa luta, além de já ter conquistado a redução das tarifas, faz com que os banqueiros, empreiteiros, grandes empresas, o governo federal, governos estaduais e municipais, os políticos de direita, que sorriam felizes até ontem, hoje não consigam mais dormir. Todos têm medo visto que essa fúria os atinge diretamente.

Essa mobilização tende e precisa continuar, por seu caráter diverso, inteiramente ligado às demandas mais sentidas pelo povo trabalhador e sua juventude. Agora setores conservadores e de ultradireita fazem, com apoio da grande mídia, uma disputa sobre o perfil que assume a continuidade das manifestações e tentam impor um caráter reacionário nesse movimento tão progressivo.

De fato, o movimento sindical e popular tem papel importante nesse momento. A luta vai continuar e ainda temos uma longa pauta de demandas dos trabalhadores: reduzir preço da tarifa e estatizar o transporte, assim como obrigar o governo a investir na saúde e na educação. É preciso apresentar as demandas da classe trabalhadora: congelamento dos preços dos alimentos, redução da jornada de trabalho, aumento de salários, fim das privatizações e apontar a necessidade de outro modelo econômico que não esse que os governos do PSDB e PT vem aplicando em nosso país.

Nós, da FNP, que temos lutado para que os recursos que o petróleo e o pré-sal fornecem sejam voltados para a sociedade brasileira e para a soberania do país, nos somamos à luta das ruas pela redução do preço das passagens e pela melhoria do transporte público coletivo.

Afirmamos, taxativamente, que o dinheiro do pré-sal poderia subsidiar o transporte público no Brasil, assim como educação e saúde. Basta os governos terem vontade política e deixarem de atender à ganâncias das empresas multinacionais para destinarem todo o recurso para a soberania do país e para os interesses da sociedade.

A FNP deixa claro que com o potencial do pré-sal seria perfeitamente possível fazer uma revolução no transporte público no país, principalmente nas grandes cidades e capitais. Um transporte público coletivo com qualidade que ajudasse a melhorar a qualidade de vida e a resolver os problemas das cidades (como trânsito, poluição, enfim, o caos urbano).

Por isso, todo apoio à luta das ruas, por um transporte público de qualidade, por um pré-sal 100% estatal para que os recursos financeiros sirvam para atender as necessidades da população brasileira. Todo apoio à luta por transporte coletivo barato e de qualidade!