FNP abre 7° Congresso com ato no Tebar e paralisação na SP-55

A abertura política do 7º Congresso Nacional da FNP foi realizada na manhã desta sexta-feira (05/07), em frente ao Terminal Almirante Barroso (Tebar), em São Sebastião. A atividade foi uma espécie de pontapé para as discussões e deliberações que acontecerão até domingo (07/07).

A manifestação, que interrompeu por meia hora o trânsito da SP-55, já demonstrou aos delegados e observadores de todo o país alguns dos principais objetivos do congresso: preparar o 11 de julho, dia nacional de greves, paralisações e mobilizações de rua e, ao mesmo tempo, combater os leilões e o desinvestimento na Petrobrás, sobretudo o leilão do Campo de Libra - a maior descoberta da Petrobrás.

Primeiro dirigente a intervir durante o ato, Clarckson Messias, diretor da FNP e do Sindipetro AL/SE, reforçou que o ato deve ser considerado uma preparação para a jornada de 11 de julho. "O marco do nosso sétimo congresso não é só a campanha salarial. Não teremos luta pela RMNR, Petros, AMS 100% custeada pela Petrobrás, se ela for privatizada, se o desinvestimento continuar sendo aplicado pela companhia", disse.

"Neste momento, temos aqui, na porta do Tebar, o Brasil inteiro. De norte a sul, estão aqui dirigentes sindicais, petroleiros de base, cipeiros... enfim, diversos lutadores em um mesmo objetivo: unificar a categoria para conquistar mais direitos e arrancar um ACT vitorioso nesta campanha reivindicatória", ressaltou Ademir Parrela, diretor da FNP e do Sindipetro-LP.

Ademir Silva, diretor da FNP e do Sindipetro-SJC, denunciou a continuidade dos leilões. "A entrega do patrimônio do povo brasileiro começou com o governo FHC, continuou no governo Lula e continua, infelizmente, no governo Dilma. Temos que conscientizar o povo brasileiro de que o petróleo é dele e que esta riqueza será capaz de atender todas as reivindicações e necessidades da população que hoje estampam os cartazes nos protestos".

"Estamos aqui para defender tudo que a Petrobrás tem atacado, tudo aquilo que a Petrobrás tenta desmontar, tudo que o governo que aí está vem fazendo, prejudicando todo o conjunto da sociedade brasileira. Para se ter uma ideia, Graça Foster representa hoje na companhia o grande capital aqui no Brasil. Não por acaso, está entre as 10 mulheres mais influentes do Mundo, mesmo sendo de um país de terceiro mundo", explicou Agnelson Camilo, dirigente da FNP e do Sindipetro PA/AM/MA/AP.

Emanuel Cancella, diretor da FNP e do Sindipetro-RJ, lembrou a necessidade de fortalecer a campanha contra os leilões e contra o desinvestimento. "O risco dessas medidas existe. Assumido, inclusive, pela presidente da Petrobrás em relação a Alemoa, porque o terminal está na lista daqueles a serem licitados após a privatização dos portos. Essa nossa luta é muito importante, porque a venda de ativos da Petrobrás é um crime. O que estão fazendo com o Campo de Libra, descoberto sozinho pela Petrobrás, é inaceitável. É nossa tarefa lutar contra essas medidas".

O ato também serviu para lembrar as gigantescas mobilizações que varrem o país e o exemplo de luta da juventude e dos trabalhadores que saíram às ruas para defender a redução das tarifas, o fim da corrupção e mais investimento em saúde e educação. Neste sentido, Mateus Ribeiro, membro da oposição do Norte Fluminense, lembrou que "o povo brasileiro está nos dando uma lição: se estivermos mobilizados, se estivermos unificados, nós somos capazes de conseguir vitórias. Os setores operários precisam, agora, colocar as suas demandas nas ruas".

O mesmo disse Jonas Alves, cipeiro da Revap, em São José dos Campos. "Toda a população está se colocando na rua e dentro dos nossos locais de trabalho não pode ser diferente. Cabe aos operários ir para as ruas, se juntar com a juventude, com os estudantes, para levar nossas reivindicações e construir uma pauta única".