Petroleiros realizam greves, atos e paralisações durante o 30 de agosto em todo o país

Seguindo o indicativo da FNP, os petroleiros dos cinco sindicatos que formam a federação foram parte importante dos protestos e greves que tomaram conta do país nesta sexta-feira, 30 de agosto, Dia Nacional de Paralisações.

Por todo o Brasil, unidades da Petrobrás foram afetadas pelas mobilizações. Com uma pauta unitária que envolve a luta contra a PL da Terceirização (4330), a defesa pelo fim do fator previdenciário, reforma agrária e mais investimento em saúde, educação e transporte público, além da defesa por aumento geral de salários, as mobilizações também colocaram como reivindicação o fim das privatizações e dos leilões do petróleo.

Mas coube fundamentalmente aos petroleiros, que aproveitaram o 30 de agosto para aquecer a campanha reivindicatória, empunhar com força a luta contra o leilão do pré-sal no campo de Libra - a maior descoberta já feita pela Petrobrás. Estão em jogo mais de 15 bilhões de barris ou, pior ainda, uma riqueza estimada em R$ 3 trilhões. Caso se concretize, o leilão de Libra - previsto para 21 de outubro - colocará em prática a maior privatização da história do país e a maior entrega do petróleo nacional já vista.

Por isso, em todo o Brasil os sindicatos da FNP tiveram como palavra de ordem o cancelamento imediato do leilão de Libra.

Raio-X das mobilizaçõesNo litoral paulista, repetindo o que ocorreu em 11 de julho, os petroleiros da Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão (RPBC) deflagraram uma greve com adesão total do turno e do ADM. A mobilização, que também envolveu os trabalhadores terceirizados da companhia, terminará somente às 23h desta sexta, quando haverá a rendição de turno.

Adesão forte e radicalizada também ocorreu no Terminal Pilões, em Cubatão, onde a categoria deflagrou greve com adesão de praticamente 100% do efetivo. O mesmo aconteceu no Litoral Norte de São Paulo. Na UTGCA, em Caraguatatuba, petroleiros do turno e do ADM não entraram na unidade. Muitos deles sequer compareceram ao trabalho. Os poucos trabalhadores que estiveram na porta da unidade aproveitaram o 30 de Agosto para interromper, por alguns minutos, o tráfego em uma das principais rodovias do Estado - a SP-55. No Tebar, os petroleiros de turno iniciaram o movimento ainda de madrugada, cortando a rendição do turno da zero hora.

Com isso, somente nas bases do Litoral Paulista foram praticamente sete mil trabalhadores de braços cruzados - entre petroleiros diretos e indiretos.

Ainda no estado de São Paulo, em São José dos Campos, os petroleiros da REVAP também aderiram ao movimento ainda na madrugada, com o corte de rendição no turno de zero. Logo pela manhã, os trabalhadores de turno atrasaram a entrada até as 9h e os petroleiros de regime administrativo fizeram um atraso de meia hora. Na Transpetro Taubaté a categoria decidiu por greve de 24h.

Na base do Sindipetro AL/SE foram realizadas paralisações na sede da estatal localizada na Rua Acre, em Aracaju (SE), e também no Complexo de Atalaia (Tecarmo). Nas duas bases a adesão foi de praticamente 100% e  os petroleiros contaram com o apoio dos moradores da ocupação Novo Amanhecer, do bairro 17 de março, que lutam pelo direito a uma moradia digna Em Belém (PA), o Sindipetro-PA/AM/MA/AP realizou atrasos de duas horas na Transpetro Belém e no Prédio Administrativo.

Por fim, no Rio de Janeiro, foi realizado trancaço nos prédios do Edise e Ventura, concretizando atrasos no início do expediente de aproximadamente duas horas. Houve também concentração na frente do TABG e do Edita. Os trabalhadores de turno do CENPES estão realizando atrasos de duas horas, com corte na emissão de PT por 24 horas.

Ainda no Rio de Janeiro, os operários do Comperj que realizaram ao longo da semana 3 dias de greve, incluindo esta sexta-feira (30/08), também engrossaram as mobilizações. Deflagradas inicialmente em repúdio às demissões e calote aplicados por uma terceirizada, as mobilizações dos operários que realizam a obra do complexo envolvem mais de 28 mil trabalhadores.

Nas bases da outra federação, segundo informe oficial, foram realizados atrasos de até duas horas em Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Duque de Caxias, São Paulo, Paraná/Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Ainda em São Paulo, segundo informações da Oposição A Base Presente, houve paralisação total em Barueri com a participação do sindicato que representa os empregados terceirizados e tanto na Replan quanto na Recap houve corte de rendição do turno, na parte da manhã, e adesão do ADM. Somente na REPLAN a mobilização envolveu cerca de mil petroleiros diretos e 5 mil terceirizados. Nas outras unidades de São Paulo não houve mobilizações.

No Paraná, onde também houve atraso, foi realizado um ato com a participação de aproximadamente 3 mil trabalhadores. No Norte Fluminense, com a justificativa de preservar a categoria diante do embarque de diversos pelegos, a direção do Sindicato abortou a greve de 48 horas aprovada dias atrás pela categoria.

Assim que coletarmos novas informações e mais detalhes do 30 de Agosto na categoria petroleira atualizaremos esta matéria.