Bases da FNP estão rejeitando proposta e aprovando greve do dia 17 de outubro

Os petroleiros das bases da FNP estão seguindo o indicativo da federação e com isso está se concretizando uma ampla rejeição da proposta de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) da companhia e uma aprovação maciça da greve nacional e unificada da categoria, marcada para amanhã - 17 de outubro.

A estimativa é que esta quinta-feira se transforme em um Dia Nacional de Luta Contra o Leilão de Libra, com a realização (além da greve) de atos e mobilizações nas principais capitais e cidades do país. Diversas entidades sindicais, como federações, sindicatos e centrais, além de representantes de movimentos sociais e estudantis, estão se incorporando na luta pela defesa do petróleo brasileiro.

A greve da categoria, que está sendo aprovada nacionalmente, tem três eixos: barrar o leilão de Libra, agendado pelo Governo Dilma para 21 de outubro; derrotar o PL 4330, que legaliza as terceirizações em atividades fins; e arrancar da Petrobrás uma proposta que contemple a reivindicação dos trabalhadores. Ou seja, 16,53% de aumento no salário base, sendo 10% de ganho real e 6,53 de reajuste pelo ICV-DIEESE.

A empresa propõe no salário base reajuste de 6,09% (IPCA), 7,68% na RMNR e um abono equivalente a uma remuneração ou R$ 4 mil, o que for maior. Esta gratificação é quase 50% inferior à de 2012, fechada em R$ 7.200. Fora isso, nas demais cláusulas praticamente tenta renovar o atual ACT, oferecendo como "avanços" pequenas concessões que visam apenas enganar e enrolar a categoria. Demandas como revisão do PCAC, fim da tabela congelada, AMS para os pais e 100% custeada pela companhia foram ignoradas.

Resultado das assembleiasNa base do Sindipetro AL/SE, a maior parte das assembleias foi concluída com um resultado massacrante contra a proposta da empresa e a favor da greve no dia 17 por 24h, com possibilidade de se estender por tempo indeterminado. Ainda na quinta-feira os trabalhadores irão avaliar a continuidade do movimento. No total, foram 424 votos pela rejeição da proposta e apenas 6 pela aprovação. A favor da greve, votaram 396 petroleiros; contra, apenas 7.

Em São José dos Campos, na REVAP, 82% dos trabalhadores votaram pela aprovação da greve de 24h, que também pode ser estendida por tempo indeterminado, uma vez que a categoria já aprovou movimentos de atrasos indeterminados por tempo indeterminado. Em relação à proposta da empresa, a ampla maioria votou pela rejeição, tendo apenas uma abstenção e nenhum voto a favor. Os trabalhadores ainda aprovaram por ampla maioria, com apenas um voto contrário, a exclusão da cláusula de PLR Futura e de cláusulas que atendam apenas um setor da categoria.

Os trabalhadores da base do Sindipetro PA/AM/MA/AP também estão acompanhando as demais regiões nas assembleias já realizadas. Às 7h, haverá um ato frente ao prédio administrativo da Petrobrás, em Belém (PA), e também, às 16h, haverá um ato da educação na cidade que o sindipetro participará. Na Refinaria Premium e na Transpetro, em São Luis (MA), os trabalhadores também aprovaram por maioria absoluta a paralisação e rejeição da proposta da empresa.

No Rio de Janeiro, além de protestos e mobilizações nas unidades da Petrobrás, será realizada um grande ato articulado em conjunto por diversas organizações que constroem a campanha O Petróleo Tem que Ser Nosso. A passeata no centro do Rio de Janeiro começa às 17h, com concentração na Candelária. De lá parte em direção à Cinelândia.

Os petroleiros do Litoral Paulista realizarão assembleia na noite desta quarta-feira (16/10), na sede e sub-sede da entidade, para deliberar sobre a proposta da empresa e indicativo de greve para amanhã (17/10).

BASES DA FUP - no Rio Grande do Norte, Duque de Caxias, Pernambuco, Paraíba, Bahia, Espírito Santo, Unificado São Paulo e Norte Fluminense também aprovaram greve por tempo indeterminado.