FNP e Petrobrás discutem o cumprimento das cláusulas de SMS e AMS

Encerrou-se nesta sexta-feira (04/04), no Edifício-Sede da Petrobrás, no Rio de Janeiro, mais um ciclo de negociações entre a FNP e o RH Corporativo para discutir as cláusulas do ACT. Na quarta-feira, 02/04, foi discutido regime de trabalho, e na quinta-feira, 03/04, foi debatida terceirização.

O último debate foi acerca da AMS e SMS. Durante a manhã, os dirigentes da FNP cobraram uma série de melhorias para o programa de assistência médica da Petrobrás. Nas diversas intervenções foi possível identificar uma mesma preocupação: a comunicação da AMS com os participantes, ainda muito deficiente.

Não por acaso, o atendimento da AMS é realizado hoje - em sua maioria - por trabalhadores terceirizados, que sofrem com condições precárias de trabalho e treinamento inadequado. As importantes alterações no Benefício Farmácia, por exemplo, ainda são uma grande incógnita para vários assistidos.

Neste sentido, foi cobrada da companhia um plano de ação para aperfeiçoar a comunicação com os beneficiários. Em alguns casos mais extremos, existe até mesmo atendentes do 0800 informando que os petroleiros que não querem ser descontados devem solicitar o ressarcimento junto aos sindicatos, um completo absurdo.

Além das informações ainda insuficientes, também foram relatados os problemas enfrentados nas farmácias credenciadas. Sistema falho e informações desencontradas são comuns. Segundo a empresa, estes problemas já estão sendo respondidos e, no caso do atendimento da AMS aos assistidos, uma cartilha já está sendo confeccionada para informar os trabalhadores sobre as principais alterações.

Outras reivindicações, históricas inclusive, também foram pontuadas: dentre elas, a exigência por uma AMS 100% custeada pela Petrobrás, o fim das negativas, o credenciamento contínuo de novas clínicas e profissionais, além de melhorias no PASA.

SMSUma das principais discussões sobre SMS recaiu sobre um problema generalizado na Petrobrás: a redução do quadro mínimo das unidades, que avança ao mesmo tempo em que a Petrobrás aplica uma política irresponsável de redução de custos.

Sem qualquer critério técnico, que leve em conta a segurança dos trabalhadores e da unidade, gerentes locais vêm reduzindo o orçamento das unidades para cumprir, custe o que custar, os planos e objetivos do famigerado PROCOP.

A existência de equipamentos obsoletos em várias regiões somente reforça o caráter perverso dessa redução sem critérios. Na base do Sindipetro PA/AM/MA/AP, aeronaves sem condição de voo. No Litoral Paulista, estações de tratamento de esgoto sucateadas. Em São José dos Campos, ausência de equipamentos para fazer a medição de benzeno na área. Esta é a realidade comum em várias unidades.

No que se refere aos trabalhadores, próprios e terceirizados, a FNP sugeriu maior envolvimento dos trabalhadores terceirizados nas discussões acerca de segurança, incluindo aí as CIPAS. Aliás, o boicote às CIPAS foi denunciado. Seja na redução do número de cipeiros, seja no engessamento da atuação dos membros eleitos.

Por fim, os dirigentes ainda comentaram as distorções nas comunicações de acidente de trabalho, prevalecendo ainda subnotificação de acidentes. Trabalhadores acidentados, que deveriam ser afastados, mas seguem trabalhando com desvio de função, ainda segue sendo uma absurda realidade.