Opressão: Diretores são impedidos de entrar em inauguração da UTE

O Sindipetro-LP esteve na manhã desta quarta-feira (10/02) na RPBC para a inauguração da Usina Termelétrica (UTE) Euzébio Rocha, realizada com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.

O principal objetivo foi expor as principais reivindicações da categoria, dentre elas o fim dos leilões do pré-sal, a reestatização da Petrobrás, o resgate do monopólio sobre o petróleo brasileiro e a reincorporação da Transpetro.

Entretanto, o que se viu foi uma cena de desrespeito e coação, uma afronta ao direito de liberdade individual (garantido pelo artigo 5° da Constituição Federal). Mesmo com convite enviado pela Petrobrás a toda diretoria no último dia 4 de março, dois diretores do Sindicato - devidamente identificados - foram impedidos de entrar pela segurança do evento, inclusive com ameaças de agressão física, tendo suas bolsas revistadas mesmo após serem submetidos ao detector de metal.

Como se não bastasse esta postura intransigente e autoritária, durante os discursos realizados no palanque os representantes do Sindicato que conseguiram entrar no evento ainda tiveram a intragável tarefa de ficar ao lado de integrantes da fup - entidade cujo convite só pode estar relacionado ao seu papel conchavista.

Afinal, há muito tempo ela deixou de representar os anseios da categoria. Tal fato pode ser ilustrado pela decisão da Justiça que a impediu de interferir em nossa base e por sua postura desleal em São José dos Campos, quando - derrotada pela FNP - abandonou a apuração dos votos com a intenção deliberada de questionar a validade da eleição.

Deixamos claro aos companheiros que continuamos lutando pela construção de uma entidade independente, com base nas lutas da categoria. E este combate está sendo feito através do fortalecimento da Frente Nacional dos Petroleiros (FNP).

Como representante dos petroleiros do Litoral Paulista, o Sindicato não admite ter sua presença barrada, enquanto a fup é tratada como convidada de honra. Além disso, consideramos esta medida degradante e ilegal, pois a máxima segundo a qual todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, inclusive política, foi violada sem o menor pudor.

Por isso, nos recusamos a se curvar a essa intimidação e fizemos valer o nosso direito de representar os petroleiros do Litoral Paulista.

Homenagem?

Outro absurdo recai sobre o fato de que os organizadores do evento não realizaram nenhum tipo de homenagem à família de Euzébio Rocha. Autor da lei que criou a Petrobrás, em 1953, ele leva o nome da usina inaugurada. No entanto, nesta manhã seu legado foi praticamente esquecido e seus familiares não foram convidados. O Sindicato não esquece a história daqueles que ajudaram a construir a soberania nacional.