Trabalhadores acusam práticas de assédio moral no Tebar

Trabalhadores do Terminal Almirante Barroso (Tebar), em São Sebastião, tem se queixado da falta de gerência em se resolver problemas, alguns pequenos, mas que por não haver iniciativa da administração tem causado mal estar entre os petroleiros. O mais grave trata-se da falta de manutenção de equipamentos antes de reutilizá-los, o que quase ocasionou um vazamento de grande proporção no mar.

A falta de resposta em resolver os problemas frequentemente denunciados é vista pela categoria como assédio moral, por entenderem que a ausência de atitude da gerência é proposital e demonstra interesse em constrangê-los, resignando-os a conviverem com as irregularidades, mantendo o ambiente de trabalho tenso e os colaboradores desmotivados e sem reação diante de problemas do cotidiano.

Na sexta-feira, 8 de  agosto, no turno das 16h às 0h, a gerência de manutenção transmitiu ao supervisor de turno que o TQ 3227 -  que está em manutenção e com seu dique abarrotado de parafernálias mecânicas -  deveria ser carregado para teste de estanqueidade com água do mar. No entanto, durante a madrugada, um problema aconteceu e, por sorte, seu produto era água salgada. Ocorre que na pressa de finalizar e entregar o TQ para operação, os responsáveis pela manutenção não se preocuparam em verificar se o eixo de um dos dois misturadores (MX) estava ajustado para conter vazamento.

A falta de observação pela manutenção teria causado um vazamento de grande proporção, sendo que o equipamento recebia pressão em torno de 8 kgf/cm². Para piorar, o sistema ENRAF, que informa as alturas do tanque, estava inoperante. Devido ao problema, encontra-se interrompida a carga de água salgada.

Tal situação nos remete a um incidente ocorrido no Tebar, no qual, por pouco, um colaborador quase foi demitido por justa causa. Na ocasião, durante o enchimento da Linha de MF, houve vazamento de óleo pesado para o mar.

Banheiros sujos e papéis ruins

Não é de hoje que os colaboradores do Tebar reclamam das condições de higiene dos sanitários da unidade. Para apontar alguns problemas encontrados, em um dos banheiros masculino, dentre as três pias com torneiras eletrônicas apenas uma funciona. Mictórios que também possuem a mesma tecnologia das torneiras têm funcionado desordenadamente.

Os trabalhadores dizem ainda que desde a Copa do Mundo a qualidade dos papéis toalha e higiênico caíram de tal forma que algumas pessoas já falam em levar os itens de suas próprias casas.

O Sindicato chama a atenção aos problemas apontados no Tebar. Trata-se de reclamações pontuais, que demonstram a falta de compromisso, responsabilidade e consideração com os trabalhadores, que se sentem desmotivados ao não serem atendidos das mais simples solicitações, aos mais importantes protocolos de segurança em uma empresa do porte da Petrobrás.

Cabe à gerência da Petrobrás cobrar e exigir que todos os setores das unidades da empresa funcionem a contento e da melhor forma, para que a rotina de trabalho não seja prejudicada, muito menos o trabalhador deve ser submetido a condições degradantes e tratado com desdém quando se sentir prejudicado.

Procedimentos recomendados pelo Sindipetro-LPPara problemas como os apresentados, o Sindipetro orienta que o trabalhador que se sinta prejudicado, ou não atendido em suas reivindicações, procure os grupos de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa), para que em conjunto com o Sindicato o assunto receba a devida atenção.

Em casos de acidente é importante que o colaborador preencha o Relatório de Tratamento de Anomalias (RTA). A abertura do incidente no sistema da empresa força a gerência a tratar o caso de acordo com a gravidade da situação. Para os acidentes mais graves o protocolo exige que seja criada uma Comissão de Investigação de Acidente/Incidente, com a participação de representante do Sindicato, Cipa e SMS para apuração do ocorrido.