Petrobrás faz nova proposta indecorosa aos petroleiros

A FNP, representando seus Sindicatos, se reuniu na tarde desta quarta-feira (24) com a Gerência de Recursos Humanos da Petrobrás para receber a nova proposta de reajuste salarial do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), oferecida para os petroleiros. Como era esperado, a proposta não chegou nem perto do que a Federação reivindica para a categoria.

A companhia ofereceu aumento de 9,71% na tabela de RMNR, gratificação de campo, adicional de permanência e auxílio-educação. A empresa ofereceu o abono com uma pequena diferença do valor anterior, que era de R$ 7.200,00. Na atual proposta os petroleiros receberiam um abono de R$ 7.668 ou 1,06 RMNR, o que for maior.

O reajuste salarial proposto fica longe do que a FNP reivindica (18% no salário base (ICV Dieese 6,73%, Ganho real 5% e Produtividade 5,24%). Se aceita pela categoria, o "aumento", baseado no acúmulo do IPCA de 2013 até agosto de 2014, e incidido apenas na RMNR, o ganho real ficaria entre 2,36 e 3%.

Proposta para os aposentados e resposta ao grupo de trabalhoMais uma vez os aposentados e pensionistas foram deixados de lado pela empresa, que não apresentou proposta concreta a esse grupo. Uma comissão da FNP, formada por representantes dos aposentados, pensionistas e anistiados se reuniu também nesta tarde para falar sobre o

Grupo de Trabalho (GT), formado por Graça Foster para resolver pendências da empresa com os trabalhadores que já deixaram a ativa. Descontentes com as propostas apresentadas, os aposentados tem oferecido resistência ao que está sendo oferecido no ACT. A Petrobrás, por sua vez não tem facilitado a negociação e apresentou aos aposentados uma minuta, onde oferecia o pagamento das Ações de Níveis (2004, 2005 e 2006), PCAC, RMNR e PL/DL que foram julgados e transitados sem direito a recurso por parte da Petros e a patrocinadora.

Segundo a empresa, o pagamento, feito com o dinheiro da Petros, ou seja, com a renda conquistada pelos petroleiros, sem custos para a companhia, pois os recursos já estavam lá, beneficia também aqueles que estão com ação ainda pendente.

A proposta foi apresentada como um grande novidade, sendo que o pagamento de níveis já havia sido conquistado, assim como o GT, formado depois de diversos protestos realizados pelos aposentados e organizados pela FNP, inclusive no Edise, no Rio de Janeiro.

O pagamento, porém será efetuado desde que um advogado entre com pedido, ao custo, segundo a empresa, de 10% dos vencimentos do valor da ação. Na realidade, o valor do trabalho do profissional é de cerca de 30%. Mal negócio para os aposentados e para a categoria.

A FNP está indicando aos seus Sindicatos a rejeição ao que está sendo oferecido pela empresa aos petroleiros. Não é possível que a gerência acredite que a proposta realmente beneficie a categoria, mesmo depois de 18 anos sem aumento real, rebaixamento de salários e desvalorização do trabalhador.

Os petroleiros já rejeitaram duas propostas da companhia e pelo histórico de luta da categoria é possível prever que não vão deixar um abono roubar sua dignidade. Ativa e aposentados estão firmes na decisão do aumento real. Trabalhador precisa ser valorizado enquanto ativo e  também depois de se aposentar.