Medida afeta Técnicos de Manutenção e causa revolta

O quanto é que a Petrobrás sabe sobre a demanda de serviços na manutenção industrial a ser feito na Refinaria?  Sabe que é grande e está estendendo a jornada de trabalho do petroleiro dentro da Refinaria a ponto de obrigar os técnicos de manutenção a fazer horas extras, seja durante a semana ou nos finais de semana.Desde os anos 90, na RPBC vem-se implantando uma estratégia de enxugamento de funcionários, consequentemente diminuindo a rotina de manutenção preditiva dos equipamentos e maquinários. Os problemas em tais equipamentos foram se acumulando e, com o passar do tempo não havia mais como adiar os reparos e foi necessária a implantação de mudanças na política de manutenção. Atualmente, tanto pelas necessidades constatadas no passado, quanto pelas obras de expansão e modernização de unidades, o ritmo do trabalho está acelerado.Chegou-se a implantar o sistema de sobreaviso para abarcar demandas dos finais de semana. No entanto, a própria RPBC descartou este regime, por ordens da sede, e substituiu-o pelo chamado Plantão Voluntário. Neste esquema alguns petroleiros se voluntariam para fazer horas extras durante os finais de semana. Sem grandes explicações, no final da semana passada os mantenedores da instrumentação e os da elétrica foram comunicados que o Plantão Voluntário seria extinto e entraria em seu lugar uma espécie de Plantão Obrigatório. Ou seja, todos passarão a ser convocados para tais escalas.O novo formato é inaceitável, porque contraria os próprios preceitos da companhia, além de ir de encontro ao estabelecido no Acordo Coletivo e à CLT. Na RPBC as escalas de Técnicos de Manutenção para serviços aos sábados e domingos têm sido recorrentes. Tal fato descaracteriza a situação de comprovada necessidade" ou máxima urgência para horas extras nos finais de semana. Uma coisa é serviço inadiável, máxima urgência etc, outra são escalas para todos os finais de semana e número insuficiente de funcionários. Se a Petrobrás e a Refinaria querem que instrumentistas e eletricistas trabalhem aos sábados e domingos, que negociem com o Sindicato e com a categoria a mudança no regime de trabalho, que trará mais benefícios para os trabalhadores.Em reunião com boa parte dos técnicos da elétrica e da manutenção na sexta, dia 19/03, e hoje, o Sindicato firmou a posição de que não aceita mudanças arbitrárias como estas, ocorrida nos dias 20/21 de março, e que não atendem as reivindicações da categoria. Além disso, ficou fechada a reivindicação da categoria pela implantação de regime de turno para os serviços de manutenção. O serviço permanente em praticamente todos os finais de semana exige a implantação do turno.O acúmulo de serviço de manutenção também se reflete nos fins de semana. Essa carga reafirma medidas que prejudicam os trabalhadores, como a emissão de Pré-PT aos sábados, domingos ou nas madrugadas de segunda-feira. Passar o final de semana emitindo PT ou Pré-PT não se enquadra em atividade de máxima urgência ou de extrema necessidade tal como prevê a legislação trabalhista para serviço extraordinário. Por este motivo e por ser uma medida autoritária, o Sindipetro-LP e os mantenedores avisam que não aceitarão o tal Plantão Obrigatório.O Sindicato já encaminhou ofício a Refinaria solicitando uma reunião para tratar do assunto. Esperamos que até o final da semana a situação seja resolvida favoravelmente aos petroleiros.Fuga de Técnicos de Manutenção reflete salários baixosA reivindicação dos Técnicos pela implantação do regime de turno expõe, por um lado, os maus salários deste setor da companhia, por outro, é uma maneira de evitarem escalas obrigatórias e a contragosto da categoria, quantidade de trabalho (PT emitidas) e tentativa de passar para os petroleiros da manutenção e da operação a análise do que seria necessário restaurar nos finais de semana. Muitos instrumentistas, eletricistas e mecânicos se inscreveram para os próximos concursos da Petrobrás a fim de passarem para a operação, onde se pratica o regime de turno.Como é sabido, com o turno é possível corrigir a quantidade de notas emitidas, as quais ficam sem solução por períodos superiores há um ano, e melhorar o rendimento ao final do mês. Da forma como os mantenedores são tratados hoje, as carreiras caminham para a constante desvalorização: salários baixos, verba para promoções reduzida, plantões forçados, avaliação imoral pelo G.D.P, Notas de Manutenção com requisitos mínimos etc."