FNP intensifica luta contra venda de ativos e punições aos grevistas

A direção da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) se reuniu no Rio de Janeiro nesta terça (1) e quarta (2) para avaliar o quadro nacional pós-greve e planejar as próximas atividades da luta da categoria petroleira. Duas ações foram definidas como prioridades: barrar a venda de ativos já em curso na Petrobrás e impedir qualquer punição aos grevistas que se mobilizaram desde o dia 24 de setembro.

Com esse objetivo, a direção da FNP já encaminhou ofício à Petrobrás solicitando reunião para a próxima quarta-feira (9) e uma carta à presidenta Dilma e ao ministro de Minas e Energia pedindo que o Governo Federal, na condição de acionista majoritário, intervenha junto à direção da empresa para resolver as pendências da Campanha Reivindicatória. A FNP e seus sindicatos já deixaram claro em diversos ofícios que retomará a greve caso seja concretizado algum caso de venda de ativos ou de punição a grevistas.

As bases dos sindipetros de Alagoas e Sergipe e da Amazônia (Pará, Amazonas, Maranhão e Amapá) seguiram o indicativo da FNP e rejeitaram a proposta de ACT da Petrobrás. As bases do Sindipetro-CE/PI, filiado à FUP, também rejeitaram a proposta. As outras três bases da FNP (Rio de Janeiro, Litoral Paulista e São José dos Campos), além das demais bases da FUP, já aprovaram e assinaram o ACT 2015-2017.
FNP e sindicatos acertaram em cheio nesta campanha

A avaliação geral da direção da FNP é de que a Federação acertou nos passos que seguiu durante toda a Campanha Reivindicatória, desde a realização dos congressos e plenárias regionais para debater as propostas para o ACT 2015-2017 até à suspensão da greve com indicativo de rejeição da proposta da Petrobrás e manutenção do “estado de greve” e passando por quase 60 dias de movimento grevista com paralisações totais ou parciais em quase todas as unidades da Petrobrás. E, independente da vontade das bases, que são soberanas, em aceitar ou não a proposta de ACT da empresa, a FNP e seus sindicatos continuam acertando ao não abandonar, muito pelo contrário, e intensificar a luta contra a venda de ativos e as punições aos grevistas, motivos pelos quais nos mantemos em negociação com a Petrobrás e tentando diálogo com o Governo Federal.

Ao contrário disso, a categoria petroleira aumenta sua insatisfação e indignação com a direção da FUP e de seus sindicatos, que continuam alinhadas com a direção da Petrobrás e o Governo Federal em suas políticas de arrocho e privatização, somadas à perseguição a todos que criticam essas políticas. A FUP está cada vez mais desmoralizada junto à categoria petroleira e demonstrou isso por diversas vezes durante esta campanha. Começando por não apresentar e se recusar a negociar qualquer proposta de renovação do ACT, sob a justificativa de que era necessário antes barrar o desinvestimento.

Por sua vez, a FNP e seus sindicatos lutam contra o desinvestimento durante todo o ano e acreditam que as duas lutas não se excluem, pelo contrário, estão interligadas, uma vez que o arrocho salarial e a retirada de direitos são tanto objetivos quanto consequências do Plano de Desinvestimentos. Se já não fosse o bastante, os sindicatos filiados à FUP acabaram assinando o ACT da Transpetro com cláusula alterada que prejudicava a categoria, o que já é de costume, e que foi corrigido após manifestação da FNP. E ainda houve o gravíssimo caso de um dirigente sindical fupista, do Sindipetro Norte Fluminense, que agrediu uma militante da oposição que tentava contribuir com a organização da luta dos trabalhadores daquela base.

FNP avança como direção nacional da categoria
Estas e outras “mancadas” da FUP fizeram com que várias de suas bases se rebelassem e contrariassem suas orientações. No Sindipetro CE/PI as bases seguem rejeitando a proposta da Petrobrás avalizada pela direção da FUP. Em várias outras bases, como no Norte Fluminense, no Espírito Santo e em Minas Gerais, a categoria chegou a rejeitar as orientações da FUP, que precisou mover esforços sabe-se lá de onde para reverter derrotas em assembleias, atropelando suas próprias bases, o que também já é costumeiro na FUP.

Por estes e muitos outros motivos, os cinco sindicatos e muitos outros petroleiros e petroleiras de base de todo o país vêm rompendo com a FUP na última década e se somando à construção de uma alternativa de luta e direção nacional da categoria que é a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). E para avançar nesta construção, a direção da FNP já aprovou a realização de uma série de atividades nas bases a partir do próximo mês de janeiro. Acompanhem os informes pelos nossos meios de comunicação!