Greve afeta destilação e derruba produção da RPBC em 50%

ACT

A greve dos petroleiros na RPBC teve mais um impacto na produção da unidade, agora com a parada da UN, da UV, UVV e UTAA. O grupo 3 deixou a UP e a UTG com a contingência. Os operadores da N saíram na quinta-feira (5) e da UV e UVV nesta sexta-feira (6).

Tecnicamente, as destilações atmosféricas são a porta de entrada da refinaria, por onde começa a produção. A parada das unidades representa baixa no petróleo processado e com isso a refinaria opera “meia bomba”, apenas com 50% da destilação. A carga normal da Unidade C é de 12 mil metros cúbicos de petróleo por dia, a da N é de nove mil e a V é de cinco mil m³ por dia (valores médios).

Destas unidades saem os derivados (querosene, diesel e resíduos atmosféricos). Com apenas a unidade C funcionando, o vácuo da C está processando com cerca de 50% de sua capacidade por dia. O vácuo também produz resíduo de vácuo, matéria prima utilizada na produção de coque. Com a queda na produção, uma das duas unidades que produz coque deve parar nos próximos dias e a que restar ficará operando com carga reduzida.

A unidade N, que tinha parada de manutenção programada para o dia 31 de outubro e que esticou sua produção até ontem (5), teve sua produção completamente interrompida, devido à pressão dos operadores confinados.

Nos últimos dias, a direção da Petrobrás foi obrigada a reconhecer que a produção da Companhia foi afetada – ainda que tenha concentrado os informes no impacto da greve nas plataformas. Também foi obrigada, assim como o Governo Federal, a ter que debater a venda de ativos. Para nós, uma medida que aprofunda a privatização da estatal que em nada resolve os crimes de corrupção cometidos por meia dúzia de diretores, empreiteiros e políticos. Que eles paguem o preço da crise e dos crimes cometidos!

A greve dos petroleiros é contra este modelo de gestão, infelizmente defendido por Dilma nesta sexta-feira (6), que é responsável direto pela demissão de milhares de trabalhadores (quase 200 mil) e pela suspensão de obras importantes para o crescimento da empresa e do país.