Problemas no laboratório da RPBC evidenciam necessidade de mudanças urgentes

Na última semana de setembro os trabalhadores do laboratório da RPBC foram surpreendidos com mais uma situação absurda, principalmente do ponto de vista da segurança. Ao invés de sair água das torneiras, lava-olhos e chuveiros de emergência, o que se via era petróleo.
A tubulação que no passado era ligada a rede W3 (rede da SABESP), por falta da pressão necessária, foi religada na rede W8 (água de serviço). Só que por algum motivo após uma drenagem, durante emergência operacional, na unidade de destilação “C” na madrugada do dia 28 de setembro, ao invés de chegar água, a tubulação carregou petróleo até o laboratório.
As analises no setor foram suspensas até regularizar a situação, quase dois dias depois. É importante ressaltar que durante todo o incidente não foi medido o teor de benzeno no ambiente e os trabalhadores que sofreram a exposição ao produto não coletaram a urina para o IBE (ácido trans-mucônico).
Mesmo após o esclarecimento da gerência sobre o ocorrido, os trabalhados ainda ficaram com muitas dúvidas no ar. Isso porque os problemas do laboratório da RPBC não são novos. Esta situação de insegurança se arrasta desde os primeiros anos de sua inauguração, na década de 80.
O prédio é um projeto ultrapassado e não tem as condições de estrutura necessária para atentar adequadamente um ambiente para analises químicas. O sistema elétrico e de ar-condicionado precisa de reforma urgente. A gerência já solicitou a inclusão de contratos para essas obras no PAN 2016 da refinaria, mais ainda falta a aprovação da companhia. E o medo dos trabalhados é que pelo corte de custos da empresa, o laboratório seja deixado de lado novamente.
As capelas e o sistema de exaustão, por exemplo, funcionam muito mal e não tem manutenção. O sistema capta o ar da capela onde são manipulados os produtos químicos (produtos de combustão, ácidos inorgânicos, solventes orgânicos voláteis - incluindo aromáticos, entre outros), mas pela degradação e defeitos em suas estruturas, durante vários momentos acaba fluindo esse ar carregado de substâncias tóxicas para as demais salas do setor, como vestiários, copa e salas administrativas.
Outro problema é a falta de medições de parâmetros como ruído e temperatura. O SMS fez medições de ruído no laboratório e até o momento não foi disponibilizado os resultados para os trabalhadores. O mais crítico é quanto se ligam algumas capelas e os ar-condicionados “portáteis” (instalados como quebra-galho), que produzem um ruído excessivo obrigando os trabalhadores a trabalharem com protetor auricular. Um detalhe importante que não pode ser deixado de lado: em um laboratório de análises químicas, a temperatura é tecnicamente crítica para o funcionamento de muitos equipamentos, calibrações, e principalmente essencial para a precisão e exatidão das análises, ou seja, a temperatura inadequada causa mau funcionamento de equipamentos e altera a qualidade do resultado. Podendo inclusive levar ao não cumprimento de requisitos mínimos de qualidade dos produtos analisados, e consequentemente afetar a imagem da empresa no relacionamento com o cliente.
Não podemos esquecer das inúmeras ocorrências de emanações de benzeno em 2014, que também envolveu problemas nas tubulações do prédio (no subsolo), expondo vários petroleiros e paralisando os trabalhos por dias. Mas apesar da situação ter melhorado, precisamos esclarecer, que na verdade as emanações já ocorriam antes e continuam acontecendo, a diferença é que nesse período de 2014 elas foram quantificadas. Para o Sindipetro-LP é necessário um sistema de acompanhamento em tempo real, com equipamentos adequados assim como os espectrômetros de massa nas áreas industriais.
A reforma completa da estrutura física do laboratório e das redes de drenagens da refinaria são necessidades de segurança e não podem mais serem deixadas de lado pela Petrobras. A gerência geral da RPBC precisa entender definitivamente que o laboratório não é uma oficina de trabalho comum e que é necessária uma revisão de todo o setor, seus riscos e perigos!
Aumentar o número de técnicos de química do laboratório
Com o crescente do volume de trabalho por um lado, como por exemplo, o aumento do número de analises após implementação de novas unidades na refinaria e por outro, a saída de trabalhadores através dos programas mobiliza e o PIDV, a necessidade de ampliar a quantidade de técnicos no laboratório é evidente.
No turno do laboratório não existe quadro mínimo, mas sim um quadro de referência, o que não garante uma quantidade mínima de trabalhadores por turno. E mesmo com os cortes de análises realizados pela gerência do laboratório, ainda é muito grande a demanda de trabalho. Não está clara a lista de análises críticas (retirada dos PEs) que não podem ser cortadas na jornada de trabalho. Além disso, não pode ser esquecido o trabalho burocrático a ser realizado durante o turno, relatório de turno, por exemplo, que também consome uma boa parte da jornada laboral.
Por isso, o Sindipetro-LP, através da sua Diretoria, exige a contratação urgente de novos funcionários do concurso 2014.2, não só para a reposição dos trabalhadores que se desligaram da empresa através do Mobiliza e PIDV, mas também que seja efetivada a quantidade suficiente de petroleiros para atender as demandas do setor.
Adequação dos uniformes
Não é novidade que após um acidente, o gerente geral da refinaria criou uma regra para uso dos uniformes em toda a RPBC (uniforme padrão para dentro da calça). O problema é que essa regra não deveria se aplicar ao laboratório, caracterizando mais uma falta de critério da gerência da refinaria na tomada de ações e decisões.
Por questão de segurança, em caso de derramamento de produto químico tóxico ou corrosivo para evitar o contato com a pele, o melhor seria utilizar os jalecos com velcro, muito mais fácil de ser retirados. No caso do uniforme padrão com botões e para dentro da calça, favorece o contato de produtos com a pele por debaixo da camisa, e a retirada rápida da roupa fica comprometida.
Por isso, exigimos também a volta do uso do jaleco para os técnicos químicos e o estudo de novos uniformes que garantam mais segurança aos trabalhadores.
Limpeza do Prédio
Durante vários anos duas auxiliares de limpeza executavam diariamente os trabalhos no laboratório. Porém após os cortes de custo da empresa, a limpeza ocorre com apenas uma auxiliar e num determinado período (manhã ou tarde). A consequência é evidente, entre outros problemas, vestiários ficam encardidos, nos box acumulo de sujeira, e até teia de aranha é fácil visualizar.

Na última semana de setembro os trabalhadores do laboratório da RPBC foram surpreendidos com mais uma situação absurda, principalmente do ponto de vista da segurança. Ao invés de sair água das torneiras, lava-olhos e chuveiros de emergência, o que se via era petróleo.

A tubulação que no passado era ligada a rede W3 (rede da SABESP), por falta da pressão necessária, foi religada na rede W8 (água de serviço). Só que por algum motivo após uma drenagem, durante emergência operacional, na unidade de destilação “C” na madrugada do dia 28 de setembro, ao invés de chegar água, a tubulação carregou petróleo até o laboratório.

As analises no setor foram suspensas até regularizar a situação, quase dois dias depois. É importante ressaltar que durante todo o incidente não foi medido o teor de benzeno no ambiente e os trabalhadores que sofreram a exposição ao produto não coletaram a urina para o IBE (ácido trans, trans-mucônico).

Mesmo após o esclarecimento da gerência sobre o ocorrido, os trabalhados ainda ficaram com muitas dúvidas no ar. Isso porque os problemas do laboratório da RPBC não são novos. Esta situação de insegurança se arrasta desde os primeiros anos de sua inauguração, na década de 80.

O prédio é um projeto ultrapassado e não tem as condições de estrutura necessária para atentar adequadamente um ambiente para analises químicas. O sistema elétrico e de ar-condicionado precisa de reforma urgente. A gerência já solicitou a inclusão de contratos para essas obras no PAN 2016 da refinaria, mais ainda falta a aprovação da companhia. E o medo dos trabalhados é que pelo corte de custos da empresa, o laboratório seja deixado de lado novamente.

As capelas e o sistema de exaustão, por exemplo, funcionam muito mal e não tem manutenção. O sistema capta o ar da capela onde são manipulados os produtos químicos (produtos de combustão, ácidos inorgânicos, solventes orgânicos voláteis - incluindo aromáticos, entre outros), mas pela degradação e defeitos em suas estruturas, durante vários momentos acaba fluindo esse ar carregado de substâncias tóxicas para as demais salas do setor, como vestiários, copa e salas administrativas.

Outro problema é a falta de medições de parâmetros como ruído e temperatura. O SMS fez medições de ruído no laboratório e até o momento não foi disponibilizado os resultados para os trabalhadores. O mais crítico é quanto se ligam algumas capelas e os ar-condicionados “portáteis” (instalados como quebra-galho), que produzem um ruído excessivo obrigando os trabalhadores a trabalharem com protetor auricular. Um detalhe importante que não pode ser deixado de lado: em um laboratório de análises químicas, a temperatura é tecnicamente crítica para o funcionamento de muitos equipamentos, calibrações, e principalmente essencial para a precisão e exatidão das análises, ou seja, a temperatura inadequada causa mau funcionamento de equipamentos e altera a qualidade do resultado. Podendo inclusive levar ao não cumprimento de requisitos mínimos de qualidade dos produtos analisados, e consequentemente afetar a imagem da empresa no relacionamento com o cliente.

Não podemos esquecer das inúmeras ocorrências de emanações de benzeno em 2014, que também envolveu problemas nas tubulações do prédio (no subsolo), expondo vários petroleiros e paralisando os trabalhos por dias. Mas apesar da situação ter melhorado, precisamos esclarecer, que na verdade as emanações já ocorriam antes e continuam acontecendo, a diferença é que nesse período de 2014 elas foram quantificadas. Para o Sindipetro-LP é necessário um sistema de acompanhamento em tempo real, com equipamentos adequados assim como os espectrômetros de massa nas áreas industriais.

A reforma completa da estrutura física do laboratório e das redes de drenagens da refinaria são necessidades de segurança e não podem mais serem deixadas de lado pela Petrobras. A gerência geral da RPBC precisa entender definitivamente que o laboratório não é uma oficina de trabalho comum e que é necessária uma revisão de todo o setor, seus riscos e perigos!

Aumentar o número de técnicos de química do laboratório

Com o crescente do volume de trabalho por um lado, como por exemplo, o aumento do número de analises após implementação de novas unidades na refinaria e por outro, a saída de trabalhadores através dos programas mobiliza e o PIDV, a necessidade de ampliar a quantidade de técnicos no laboratório é evidente.

No turno do laboratório não existe quadro mínimo, mas sim um quadro de referência, o que não garante uma quantidade mínima de trabalhadores por turno. E mesmo com os cortes de análises realizados pela gerência do laboratório, ainda é muito grande a demanda de trabalho. Não está clara a lista de análises críticas (retirada dos PEs) que não podem ser cortadas na jornada de trabalho. Além disso, não pode ser esquecido o trabalho burocrático a ser realizado durante o turno, relatório de turno, por exemplo, que também consome uma boa parte da jornada laboral.

Por isso, o Sindipetro-LP, através da sua Diretoria, exige a contratação urgente de novos funcionários do concurso 2014.2, não só para a reposição dos trabalhadores que se desligaram da empresa através do Mobiliza e PIDV, mas também que seja efetivada a quantidade suficiente de petroleiros para atender as demandas do setor.

Adequação dos uniformes

Não é novidade que após um acidente, o gerente geral da refinaria criou uma regra para uso dos uniformes em toda a RPBC (uniforme padrão para dentro da calça). O problema é que essa regra não deveria se aplicar ao laboratório, caracterizando mais uma falta de critério da gerência da refinaria na tomada de ações e decisões.

Por questão de segurança, em caso de derramamento de produto químico tóxico ou corrosivo para evitar o contato com a pele, o melhor seria utilizar os jalecos com velcro, muito mais fácil de ser retirados. No caso do uniforme padrão com botões e para dentro da calça, favorece o contato de produtos com a pele por debaixo da camisa, e a retirada rápida da roupa fica comprometida.

Por isso, exigimos também a volta do uso do jaleco para os técnicos químicos e o estudo de novos uniformes que garantam mais segurança aos trabalhadores.

Limpeza do Prédio

Durante vários anos duas auxiliares de limpeza executavam diariamente os trabalhos no laboratório. Porém após os cortes de custo da empresa, a limpeza ocorre com apenas uma auxiliar e num determinado período (manhã ou tarde). A consequência é evidente, entre outros problemas, vestiários ficam encardidos, nos box acumulo de sujeira, e até teia de aranha é fácil visualizar.