Após reunião nesta quinta-feira (19), FNP reafirma defesa da greve

ACT

Total apoio ao Norte Fluminense e Espírito Santo. Sigamos juntos pelo abono dos dias parados, por nenhuma punição e contra qualquer privatização.

A Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) acaba de se reunir na sede do Sindipetro-RJ, nesta quinta-feira (19), para discutir os rumos da greve, diante da negativa da Petrobrás e do governo em atender à pauta de reivindicações da categoria e de insistir no desconto dos dias parados e nas punições. A FNP reafirma a defesa da continuidade e fortalecimento da greve nas assembleias.

No Norte Fluminense, a categoria se rebelou contra o indicativo da FUP e segue firme com adesão em todas as plataformas, piquetes diários em todos os aeroportos, atos nas bases administrativas e trancaços no Terminal de gás em Cabiúnas. Cerca de 300 trabalhadores participam do movimento todos os dias. A FNP defende que nenhum companheiro pode ser deixado para trás e chama os petroleiros do país inteiro a se solidarizarem com os grevistas em luta.

No Espírito Santo, até o momento de fecharmos esta matéria, a greve também continuava forte por decisão da categoria. Com independência, os petroleiros souberam tomar os rumos da greve nas próprias mãos, mesmo com os indicativos da FUP de acabar com o movimento paredista e da forte pressão nas bases em que dirige.

Nesses 22 dias, a categoria petroleira mostrou força e determinação para defender a Petrobrás e contra a retirada de direitos. Todas as 17 bases aderiram à greve, inclusive setores estratégicos da produção. Com a entrada das bases da FNP no movimento, a categoria de conjunto entendeu que apenas com a mobilização era possível enfrentar os ataques. Empurraram suas direções e fizeram um movimento comparável à greve histórica de 1995, que barrou a privatização completa da empresa por FHC.

Essa mobilização foi a responsável pelos avanços obtidos até aqui, como a retomada das negociações com todo o Sistema Petrobrás e a retirada de diversos ataques ao nosso ACT. Sabemos muito bem que essa tentativa de retirada de direitos faz parte do Plano de Negócios e Gestão da companhia. Afinal, torna-se atrativo para o mercado uma Companhia onde os empregados têm seus direitos rebaixados. Por isso, desde o início de nossa campanha afirmamos que as batalhas em defesa de nossos direitos e contra a venda de ativos eram, na verdade, uma luta só. Neste sentido, a FNP indica que a categoria continue confiando na sua própria disposição de luta. A FNP não vai dispensar esforços para seguir lado a lado com esses companheiros.

BR DISTRIBUIDORA GARANTE 100% DOS DIAS PARADOS
Nesta semana, a BR Distribuidora se posicionou, em proposta à categoria, que abonará todos os dias parados dos grevistas. Em contradição, o RH Corporativo da Petrobrás continua intransigente e reafirma, no acordo, nenhum abono e nenhuma garantia de que não haverá punição.

Primeiramente, o RH Corporativo da Petrobrás, em reunião com a FNP, se posicionou pela garantia de 50% de abono dos dias parados e a outra metade ficaria a critério do trabalhador, de compensar, ou descontar. No entanto, quando enviou a proposta oficial por escrito, desconsiderou o compromisso feito em reunião. A proposta oficializada não garantia qualquer abono, com 50% de desconto e 50% com possibilidade de ser compensado. Com isso, a FNP enviou ofício questionando a postura do RH e solicitando nova reunião.

No entanto, na tarde de terça-feira (17), em resposta ao ofício enviado pela FNP, o RH reafirmou o desconto dos dias parados com brecha para punições, além de não atender ao pedido de reunião com os sindicatos. Apontou, como suposto avanço, a aplicação dos descontos a partir de janeiro.

A FUP, de forma lamentável, vai às bases defender esta posição intransigente da empresa como uma conquista. O mais contraditório é que a posição do Bendine era de desconto de 100%, enquanto a BR Distribuidora, enviou ofício esta semana, garantindo nenhum desconto.

É importante lembrar que várias categorias que entraram em greve nos últimos meses, como bancários e trabalhadores dos Correios, saíram do movimento com acordos melhores, inclusive no abono.

Desde o início do movimento, a Petrobrás tenta, de todas as formas, que a categoria petroleira assine um cheque em branco em relação ao desconto dos dias parados e às punições. Em movimentos paredistas anteriores, a empresa já demonstrou sua disposição em desmoralizar os grevistas com retaliações. Dessa vez, não é diferente. Diante da demonstração de força dos trabalhadores, quer impedir qualquer possibilidade de questionamento em momento futuro.

Os petroleiros não admitem nenhum desconto, ou punição. Se a BR Distribuidora garante abonar 100% dos dias parados, não há motivos para todo o Sistema Petrobrás não fazer o mesmo.

A FNP pretende convocar o conjunto das organizações, movimentos sociais e população para ampliar a nossa luta e exigir diretamente do governo a defesa da Petrobrás, contra as privatizações, a retirada de direitos, incluindo nenhuma punição. A Petrobrás, o governo e a FUP vão ter que recuar!

Encaminhamentos:
• A greve continua
• Apoio da FNP a todas as bases em greve
• Não aceitaremos descontos dos dias parados, nem punições