Gerência quer punir autor de imagem do vazamento de propano, publicada pela imprensa

RPBC

A pedido do Gerente Geral da RPBC o Gisc (antigo GAPRE) tem interrogado operadores da CCI, procurado identificar quem divulgou para a imprensa a imagem do vazamento de gás propano, que aconteceu no dia 8 de janeiro.  A imagem foi vinculada na matéria, na versão digital de A Tribuna.

A orientação do Sindicato para TODOS os trabalhadores é que não respondam a nenhum questionamento sem a presença de um dirigente do Sindicato e do advogado da entidade.

Qualquer resposta poderá ser mal interpretada, o que pode prejudicar outros funcionários que o RH queira punir. Há informações de que a empresa quer encontrar alguém para servir de boi de piranha, tirando o foco do acidente, para punir o autor da imagem ou quem encaminhou para a imprensa local.

O Gisc não tem autoridade para usar de artifícios de inquérito policial e interrogar o trabalhador, o que caracteriza assédio moral, passível de ação judicial. Qualquer decisão da empresa poderá causar a punição ou demissão de um colega de trabalho.

Durante o vazamento de grandes proporções foi acionado o Plano de Auxílio Mútuo das empresas (PAM), pois além da refinaria, o gás vazou para fora da unidade, colocando em risco a comunidade, sendo necessário o fechamento da rua que passa pela refinaria pelos agentes de trânsito da cidade.

A divulgação de imagens internas das unidades são proibidas pela empresa e embora o PAM tenha entrado em ação, alertando a população dos riscos do incidente, a gerência da RPBC está usando a divulgação da imagem para abafar os reais problemas da refinaria. Um deles, denunciado na matéria de A Tribuna, é que os órgãos ambientais e Corpo de Bombeiro não foram comunicados pela refinaria sobre o vazamento, tendo tomado conhecimento do acidente após contatados pelo jornal.

A gerência da RPBC não demonstrou o mesmo interesse em descobrir por que o sistema interligado à bomba que causou o vazamento estava há dez anos parado, esperando manutenção. Também não se manifestou sobre o motivo pelo qual o acionamento remoto de bloqueio de segurança da esfera está inoperante há anos. Isso o Sindicato sabe que é falha de gestão operacional e de manutenção.

Desde já, convocamos todos os funcionários que já foram interrogados que procurem o departamento jurídico do Sindicato, para formalizarmos defesa contra o interrogatório.

Orientamos também, que em caso de excessos da gerência, os assédios sejam denunciados ao Sindicato.