Sindicato discute com a categoria venda de ativos e demandas regionais

UTGCA

Mesmo em meio às inúmeras tarefas do cotidiano, num ritmo intenso de trabalho, diversos petroleiros e petroleiras da UTGCA, em Caraguatatuba, conseguiram reservar uma fatia da última terça-feira (16) para conversar com o Sindicato sobre os principais problemas que afetam a companhia, em nível nacional, e a unidade, em nível local.

Seguindo o compromisso da atual gestão de visitas regulares dos dirigentes liberados de Santos ao Litoral Norte, o coordenador-geral da entidade, Adaedson Costa, que também é secretário-geral da FNP, esteve na unidade para esclarecer dúvidas da categoria e recolher as principais demandas da UTGCA. Isso porque nos dias 25 e 26 de fevereiro acontecem, no Rio de Janeiro, as reuniões de acompanhamento do ACT com RH Corporativo. Lá, os dirigentes irão cobrar dos representantes da companhia soluções e respostas para as reivindicações não atendidas pelos RHs locais – fato que, infelizmente, se repete sistematicamente.

Durante toda a tarde, ao lado do diretor Edmilson Carmelito, Adaedson percorreu a UTGCA para conversar com a categoria. Como já era de se esperar, uma das principais discussões recaiu sobre a venda de ativos em curso. Embora tenha se concretizado por ora somente a venda de 49% da Gaspetro, existe um grande plano do governo de vender diversos ativos como resposta à crise. No entanto, como denunciamos reiteradamente, esta medida em nada resolve a crise da empresa e na prática representa a privatização paulatina da companhia.

A própria UTGCA é um exemplo concreto de que os cortes previstos no desinvestimento, com toda a reestruturação da empresa, por um lado não afetam em nada os antigos privilégios dos cargos de confiança, e por outro seguem atingindo o petroleiro chão de fábrica.

Para se ter uma ideia, sem qualquer argumento razoável, contrariando inclusive o que acontece nas demais unidades, a gerência da UTGCA se recusa a implantar de maneira definitiva os técnicos de segurança que trabalham no turno. Em alguns casos a situação se arrasta por cinco anos, causando apreensão e transtorno aos trabalhadores enquadrados nesta situação. Por outro lado, provavelmente numa ação preventiva para formar grupos de contingência maiores nas próximas greves, a gerência já iniciou uma intensa movimentação para pleitear ao Corporativo novas vagas para supervisores e coordenadores de turno.

Ou seja, segue o tratamento desigual para os trabalhadores do chão de fábrica, que no caso da UTGCA também sofrem com condições inseguras de trabalho. Não são poucos os equipamentos espalhados pela unidade que necessitam de manutenção e substituição, isso sem falar nas condições inadequadas de trabalho – muitos companheiros trabalham atualmente em contêineres improvisados.

A visita também serviu para reforçar o esclarecimento sobre temas que têm preocupado a categoria como a situação do Benefício Farmácia e da Petros, além do desconto dos dias parados – temas que certamente serão objeto de discussão nas reuniões da FNP com a empresa nos dias 25 e 26. O objetivo é repetir a mesma visita, ainda este mês, ao Tebar, em São Sebastião.