Com incidente em Mexilhão e incêndio na P-48, medo continua a rondar plataformas

Insegurança

No último dia 16 de março, os petroleiros da plataforma de Mexilhão passaram, mais uma vez, por momentos de tensão. Na parada de produção, ao abrirem um vaso de TEG (vaso separador trifásico, retira o excesso de gás e condensado do trietilenoglicol) para inspeção obrigatória prevista na NR -13 houve combustão inesperada pela presença de resíduo de sulfato de ferro em contato com o oxigênio.

O incidente ocorreu após execução de procedimento de purga e os petroleiros tiveram que inertizar o tanque com hipoclorito de sódio, pois a substância que havia no vaso poderia entrar em combustão espontânea. Houve reignição por duas vezes.

A situação foi controlada após cerca de duas horas com a inundação completa do vaso e durante o evento houve geração de muita fumaça. Esse não é um incidente isolado. Há muito tempo, o Sindipetro-LP vem denunciando exaustivamente os problemas vividos pelos trabalhadores embarcados. Exposição a agentes cancerígenos, insegurança nos voos, trabalho sem emissão de PT, gerentes despreparados, assédio moral, corte de horas extras e inúmeras outras irregularidades habitam as plataformas.

Evidentemente, mais uma vez fica comprovado que a política da Petrobrás não é de preservação da saúde ou da segurança dos trabalhadores. Em nome do lucro, da produção, competitividade e da política de desmonte, a companhia não hesita em colocar a vida dos empregados em risco, descumprindo normas e legislações. E como sempre, quem paga o pato é o trabalhador.

O Sindipetro-LP está acompanhando de perto esse incidente e participa de uma comissão para analisar o caso.

Incêndio na P-48
Um incêndio, de grandes proporções, atingiu a plataforma P-48, na Bacia de Campos, no Rio, um dia após o incidente em Mexilhão. O fogo iniciou por volta das 13h30 e às 16h já havia sido controlado.
O incêndio começou no Módulo 4, à direita na unidade, após um desligamento de emergência na energia da plataforma. Segundo informações, a Unidade de Manutenção Cidade de Quissamã, que estava ligada à P-48, foi desacoplada.

A plataforma P-48 foi interditada pela ANP (Agência Nacional do Petróleo), segundo a gerência de SMS da UO-Rio de forma preventiva. A interdição é em consequência do incidente na unidade, com uma vítima que queimou o rosto após a finalização do combate ao incêndio com água quente durante a abertura de um hidrante.