Sindipetro-LP realiza 2ª caminhada em defesa do pré-sal e da Petrobrás

17 de abril!

O Sindipetro-LP realiza no próximo dia 17, penúltimo domingo do mês, a 2ª Caminhada em Defesa do Pré-sal e da Petrobrás. Com os petroleiros e petroleiras à frente desta luta, queremos ocupar novamente a avenida Conselheiro Nébias para mostrar à população da Baixada Santista que existe uma alternativa dos trabalhadores para a crise da maior empresa do país. 

Por ser uma atividade em defesa da Petrobrás, é importante que os petroleiros estejam à frente dessa iniciativa e ocupem o seu papel de protagonistas. Por isso, a categoria precisa lotar o estacionamento do Sindicato na concentração do ato, às 9 horas da manhã. Mas não queremos apenas os empregados da companhia nesta mobilização. Na primeira caminhada, realizada no dia 13 de setembro do ano passado, mesmo debaixo de chuva cerca de 400 pessoas se somaram à esta luta que é de todos os brasileiros. Mais uma vez, queremos trazer nossos amigos, familiares, dirigentes sindicais de toda a região, e todos aqueles que - organizados ou não em entidades políticas e sociais - lutam por um país mais justo. Essa tarefa é de todos!

Uma crise que penaliza os trabalhadores
O Brasil vive uma profunda crise, com os três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) em uma guerra que tem até agora um alvo em especial: o povo pobre deste país. Na luta travada nos corredores de Brasília, se há um fato certo neste cenário de grande polarização é que os trabalhadores é quem sai perdendo, pagando o preço de uma crise que não produziram. É a saída exigida pela imprensa, banqueiros e todo tipo de patrões que investem milhões nas campanhas de quase todos os partidos para depois exigir o devido retorno.

Exemplos de ataques orquestrados para atender a essas exigências não faltam: um duro ajuste fiscal, aplicado através de cortes bilionários nos investimentos de áreas vitais como saúde, educação e moradia, retirada de direitos (ataque ao seguro-desemprego, à pensão por morte, redução de jornada com redução salarial) e alta no preço dos alimentos e de serviços, tendo como pano de fundo índices dramáticos de desemprego. Aqueles que seguem empregados são obrigados a resistir, com luta, às tentativas de flexibilização de direitos, como demonstra o PL 4330, que pretende fazer um estrago ainda maior na já criminosa terceirização/precarização do trabalho. 

Na Petrobrás, sabemos, não é diferente. Desde o ano passado, enfrentamos a política de desinvestimentos (privatização), que é a aplicação do ajuste fiscal do governo diretamente na companhia. Ajuste que se dá através da venda de ativos valiosos; das mais de 170 mil demissões desde 2013, a maioria terceirizados; da tentativa de retirada de direitos no ACT; do ataque à nossa PLR, mesmo com a categoria fazendo sua parte; e do anúncio de um PDV que pretende demitir ao menos 12 mil petroleiros diretos. Diante disso, a empresa já fragilizada, ficou ainda mais vulnerável ao discurso da velha direita sobre sua falaciosa incapacidade para explorar o petróleo. E assim, materializado através de um acordo entre Serra e Dilma, foi aprovado no Senado e agora está nas mãos deste Congresso corrupto um projeto de lei (PLS 131 no senado) que aprofunda a entrega desta riqueza nacional ao estrangeiro.

Esperar a tormenta passar ou virar o jogo?
Os ataques são enormes. Diante disso tudo, é compreensível reagir com apreensão. Certamente, é o sentimento de muitos petroleiros e petroleiras. Mas não podemos permitir que esse sentimento se transforme em medo ou apatia, muito menos baixar a cabeça resignados. Não podemos nos permitir assistir a todos esses ataques calados.

Por isso, no próximo dia 17 de abril daremos o primeiro passo. Iremos às ruas dialogar com a sociedade e colocar a categoria em movimento. No ano passado, realizamos uma greve de 23 dias que não conquistou todos os seus objetivos, mas preservou direitos estratégicos que estavam sendo ameaçados. É mais do que evidente o balanço de que valeu a pena lutar e que a mobilização da categoria foi vitoriosa.

É este sentimento, de confiança na luta coletiva e na união, de confiança na capacidade de resistir e vencer através da mobilização, que devemos mais uma vez reeditar. A história já demonstrou reiteradas vezes que todas as mudanças profundas e estruturais conquistadas pelos trabalhadores não foram obtidas sem luta. Nada nos é concedido, temos de arrancar na marra e contra os interesses dos governantes e patrões.

Longe de serem lutas corporativas, as demandas e problemas vividos hoje por milhares de trabalhadores, por diversas categorias, se conectam e devem convergir para uma mesma saída. Os petroleiros devem fazer sua parte, indicando à sociedade que a luta em defesa da Petrobrás e do pré-sal não é apenas dos funcionários da companhia. Se a batalha contra o desinvestimento e a venda do pré-sal for vitoriosa, certamente a luta mais geral contra o ajuste fiscal e todos os ataques dos governos será fortalecida. O inverso também é verdadeiro. Apostar na necessária união dos trabalhadores contra esses ataques, estimulando e contribuindo com a luta das demais categorias e setores da sociedade civil organizada, só trará benefícios para as lutas que certamente cabe a nós sermos os protagonistas. A hora é essa!