merluza e mexilhão
Em recente visita às plataformas do Litoral Paulista, o Sindipetro-LP, representado pelo diretor Valmir de Souza, participou de reunião de Cipa e da comissão que investiga o acidente ocorrido no dia 16 de março, em Mexilhão e acompanhou a inspeção da Marinha na plataforma de Merluza.
Devido ao reescalonamento de voos para a plataforma de Mexilhão a permanência do diretor Valmir foi prejudicada, assim como a reunião de Cipa, que teve seu tempo encurtado. Segundo Valmir, a intenção era conversar com os trabalhadores da plataforma para tirar dúvidas e receber demandas do pessoal embarcado, oportunidade que o Sindicato aproveitaria também para agradecer aos petroleiros de Mexilhão, que empenharam papel importante na greve da categoria em 2015, inclusive com a presença de muitos deles nos piquetes organizados pelos grevistas nas unidades em terra.
Na reunião de Cipa, o diretor solicitou a alimentação de dados da PMXL no Portal das CIPAS, para que qualquer trabalhador do Sistema Petrobrás possa acompanhar o tratamento das pendências, disseminando o aprendizado e conferindo transparência aos trabalhos da comissão.
Dentre as pendências das reuniões anteriores, destacamos alguns itens: Baixa eficiência nas linhas de dilúvio; Substituição de proporcionador de espuma do canhão CM-20; Elevado nível de ruído no primeiro piso, no módulo I; Detectores de fumaça inoperantes; Luminância de ambientes; Diversos pontos sem isolamento térmico; Pontos de Intercom inoperantes e zonas de sombra no rádio VHF.
Acidente em Mexilhão
No último dia 16 de março, os petroleiros da plataforma de Mexilhão passaram por momentos de tensão. Na parada de produção, ao abrirem um vaso de TEG (vaso separador trifásico, retira o excesso de gás e condensado do trietilenoglicol) para inspeção obrigatória prevista na NR -13, houve combustão provavelmente pela vaporização de resíduo de hidrocarbonetos sólidos, gerados pelo calor, após secagem de sulfeto de ferro, material pirofórico não esperado no interior do equipamento. Durante medição de explosividade, feita antes do acidente, não havia sido detectada presença de hidrocarboneto.
A investigação deve ir além de simplesmente admitir que se encontre um culpado para encerrar o assunto, pois esse não foi o primeiro sinistro na plataforma. O Sindicato está acompanhando e participando da investigação de acidentes e incidentes a fim de evitar repetição e proteger o trabalhador.
Inspeção em Merluza
No dia 16 de março, uma comitiva, partindo do aeroporto Santos Dummont, seguiu para inspeção da plataforma de Merluza juntamente com três inspetores da Marinha, três apoiadores de Merluza e o diretor do Sindipetro-LP, Valmir de Souza.
A comitiva foi dividida em três grupos, sendo que um inspecionou a documentação da plataforma, outro as grandes máquinas e o terceiro, composto pelo representante sindical, inspecionou o convés e equipamentos de segurança.
A inspeção acompanhada pelo Sindicato realizou testes minuciosos nas duas balleiras, do bote de salvatagem e seus respectivos equipamentos de elevação, verificou as balsas de emergência, coletes, validade e armazenamento de pirotécnicos e inspeção do deck, com foco maior na segurança e armazenamento de materiais. Também foi realizado com sucesso teste em parte do sistema de dilúvio. O equipamento não foi todo testado para preservar os equipamentos, sobretudo os elétricos, pois o grande volume de água salgada pode danificá-lo.
Ainda no mês de abril está prevista a substituição dos cabos dos guinchos das baleeiras. A inspeção recomendou que fosse feito reparo do holofote da baleeira II e repintura das baleeiras, que foram feitas há dois anos. A Marinha deu prazo de 60 dias para regularização.
Durante a reunião fechada para conclusão dos auditores, o diretor do Sindicato aproveitou para conversar com alguns técnicos de operação. Na oportunidade, o diretor agradeceu aos trabalhadores em reconhecimento pela participação na greve pelo ACT e falou da necessidade de novas lideranças nas plataformas (delegados).