Insegurança nos elevadores expõe negligência e prática antissindical

Edisa Valongo

Três eventos envolvendo elevadores no Edisa Valongo deixaram os trabalhadores em alerta, com uma justa preocupação sobre a segurança nos aparelhos do prédio. Na última terça-feira (26), por volta das 10h30, um elevador passou do ponto correto do térreo e foi parado com um tranco forte pelos pistões de segurança.

 Nesta quarta-feira (27) diretores do Sindipetro-LP se deslocaram até a unidade para tratar da investigação do acidente, mas foram surpreendidos com o cancelamento de seus crachás, que ao passarem na catraca registrou “inválido”. Não é a primeira vez que dirigentes sindicais são barrados no Valongo, numa postura que não podemos interpretar de outra forma senão como prática antissindical. Existe nitidamente, como denunciamos desde o início de nossa gestão, intenção da gerência em barrar o trabalho do Sindicato.

Logo após o acidente, diretores do Sindipetro-LP passaram a acompanhar o desdobramento das investigações e desde o início exigiram a CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho), baseado na perturbação funcional causada pelo acidente. No interior do elevador acidentado estava uma trabalhadora terceirizada, que por sorte não se feriu, mas sofreu forte abalo psicológico devido ao susto. Após ser atendida no ambulatório da empresa e em seguida levada ao pronto-socorro, a funcionária recebeu afastamento por dois dias. Neste caso específico também é necessário a CAT o que foi  emitida pela terceirizada após pressão do Sindicato e da Cipa.

O elevador com problema foi interditado para que a perícia investigue o que ocasionou o episódio. Não por acaso, o incidente com o primeiro elevador pode ter sobrecarregado outros dois aparelhos, que travaram durante o uso, deixando os usuários presos entre cinco e dez minutos dentro do elevador.

Um problema antigo
Não é de hoje que os elevadores do Edisa Valongo apresentam problemas. Em outras ocasiões, os trabalhadores do prédio já haviam relatado trancos e travamentos dos equipamentos, algo que não deveria acontecer ainda mais em se tratando de aparelhos novos, instalados em um prédio recém-inaugurado. Ou seja, não foi por falta de aviso.

O Edisa começou a ser ocupado em outubro de 2014, já com a conclusão da obra em atraso, sendo que parte do sistema e projetos não havia sido concluído. A gerência do compartilhado assinou as condições especificadas, mesmo sem que tudo estivesse pronto. Os problemas mais graves estão no sistema de segurança, combate a incêndio, evacuação e TIC. Além disso, o prédio estava com pendências de NR-10 e NR-13 e nos testes de aceitação dos transformadores do prédio (sendo que um dos dois trafos principais de entrada já queimou, ficando então sem reserva até a fabricação de outro).

Mesmo com equipamentos de alto padrão, como são os elevadores, é evidente que com o passar do tempo e sem a devida avaliação esses sistemas começassem a apresentar panes.

Dentre os problemas cobrados pela diretoria do Sindicato nas reuniões com o RH local, a falta de avaliação em todo o sistema de eletrônico, tecnológico e de equipamentos antes da entrega do edifício são preocupantes e evidenciam a negligência da gerência da companhia.

O acidente desta terça provocou um alto nível de tensão no prédio, que só será superado após minuciosa investigação e resolução efetiva do problema. Além da CAT, o Sindicato irá cobrar a criação de uma comissão de acidentes com membros da diretoria do Sindicato, cipistas e representantes da empresa.

O Sindicato manifesta grande insatisfação com o tratamento do caso pela equipe de saúde da Petrobrás, que dispensou a trabalhadora sem abrir a CAT, como quem quer esconder os fatos para não causar desconfiança nas pessoas.

Logo em um prédio administrativo, em que teoricamente não existem riscos operacionais, ficar a mercê de elevadores caros, mas com problemas, é algo inaceitável.