Petroleiros franceses param seis das oito refinarias do país

Contra reforma trabalhista

Se há um exemplo que os petroleiros e os trabalhadores brasileiros devem seguir neste momento para derrotar os ataques do governo ilegítimo de Temer é o da classe trabalhadora francesa. Contra a reforma trabalhista do governo de Hollande, os petroleiros franceses pararam seis das oito refinarias do país. Com isso, através de piquetes que bloqueiam o transporte de combustível, o abastecimento nos postos do país está sensivelmente afetado.

Além disso, o país vive há diversas semanas intensas jornadas de paralisações e mobilizações, além de atos de rua com forte resistência à truculência policial, contra uma lei que precariza as condições de trabalho com o aumento da jornada de trabalho e trabalhos flexibilizados, o que facilita demissões e elimina a negociação coletiva.

O rechaço à lei, por parte da oposição tanto de partidos de direita, que a questionam por ser insuficiente, como pela esquerda e 30 membros do Partido Socialista de Hollande, levou o governo a recorrer ao artigo 49.3 que permitiu implantar a reforma sem contar com os votos necessários da Assembleia Nacional, passando assim também por cima da vontade de 70% da população, que se manifestou contra.

A medida adotada não fez mais que levar à radicalização da forte resistência contra a reforma que há mais de dois meses impulsiona massivos setores de jovens e trabalhadores.

A dura repressão gerou uma grande indignação pelo violento sinal da política antidistúrbios, especialmente à juventude, um dos principais motores da primeira fase da mobilização. As cenas de violência e repressão contra os estudantes secundaristas e universitários são cotidianas, como também a utilização massiva de gás lacrimogêneo durante as mobilizações. Ocorreram mais de 1300 detenções desde o início das manifestações.

Diante do amplo repúdio social que gera a repressão, o sindicato policial se moveu na quarta culpando os manifestantes pela violência, na mesma linha do discurso oficial.

Na quinta foram bloqueadas refinarias, portos e vias ferroviárias na zona industrial de Marsella, Touluse, Rennes e Nantes. Controladores e técnicos foram obrigados a cancelar 15% dos voos do Aeroporto Paris-Orly. Em Le Havre, milhares de trabalhadores e ativistas fecharam os ingressos à zona portuária e industrial. Metade dos trens de média e larga distância foram paralisados.

Segundo os sindicatos, 400.000 pessoas marcharam na quinta em diferentes cidades do país.

A resposta do governo é aumentar a escala repressiva e a extensão do “estado de exceção”, que será votado na quinta na Assembleia Nacional.

Por ora, essas medidas não diminuirão, mas, por outro lado, tem aumentado as ações de resistência conjunta de milhares de jovens e trabalhadores, que há meses pressionam suas direções sindicais para ir à luta e se enfrentar nas ruas contra a brutalidade policial, pedindo a caída imediata da Lei de Trabalho do governo de Hollande.

Está mais do que claro que no Brasil a única saída para derrotar os ataques à saúde e educação, além das iminentes reformas trabalhista e previdenciária, é seguir o exemplo francês. Ou seja, passa necessariamente pela construção de uma grande greve geral contra o governo Temer e seus ataques. É dentro deste cenário, de luta nacional ampliada e unificada, que os petroleiros podem resistir aos ataques que vem sendo implementados contra o pré-sal e a Petrobrás desde o governo Dilma e que agora, sob o governo Temer, serão aprofundados se não houver resistência. É hora de reagir!

Com informações do Esquerda Diário