Sindipetro-LP participa de ato em defesa da Petrobrás em Brasília

Petroleiros ocupam rampa do Itamaraty

Petroleiros do Litoral Paulista participaram na terça-feira, 14, em Brasília de ato político em defesa da Petrobrás e do Pré-Sal. A manifestação foi chamada pela Frente Parlamentar em Defesa da Petrobrás, em protesto ao Projeto de Lei 4567/16, que visa tirar da Petrobrás a função de operadora única do Pré-Sal e acabar com a participação mínima de 30% que a empresa tem garantida nos processos licitatórios para exploração dessas reservas.

O ato foi realizado pela Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), Federação Única dos Petroleiros (FUP), Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET), com participação de trabalhadores da educação (CNTE) e do campo (MAB, MPA, MCP), de estudantes (UNE e UJS) e de outros movimentos sociais.

O protesto seria realizado no auditório Nereu Ramos, da Câmara dos Deputados Federais, mas teve que ir para a rua, por causa da sessão da Comissão de Ética, realizada no mesmo dia, que aprovou o relatório favorável à cassação de Eduardo Cunha. A manifestação ficou concentrada em frente à entrada da Câmara. 

União da categoria em defesa da Petrobrás
A defesa da Petrobrás é uma luta de todo brasileiro, mas muitos ainda não sabem a importância da empresa para a economia do país, por isso precisamos unir forças para levar informação a toda nação. Fábio Mello, diretor do Sindipetro-LP, lembrou do papel da Petrobrás durante a crise hídrica, que graças às termelétricas e todo parque energético criado pela companhia, o país não sofreu apagão. “A Petrobrás tem seu papel, um papel de fomentar a economia e vinha fazendo muito bem. Por isso, em todos os lugares, nas faculdades, ruas, praças públicas, é hora de ocupar espaço e trazer informação para a população”.

Arthur Ferrari, diretor da Aepet, falou da estupidez de tirar a Petrobrás como operadora única do Pré-Sal, o que irá “quebrar a espinha industrial do Brasil”. “O ministro das Minas e Energia já disse que o conteúdo local não serve para a Petrobrás. Esses caras estão tentando desmontar o país a toque de caixa, por isso só com a unidade da nossa categoria conseguiremos barrar os entreguistas”, afirmou.

Ivan Luís de Andrade, diretor da FNP, denunciou os interesses das nações imperialistas em torno do Pré-Sal, lembrando a imensa resistência que houve durante a aprovação do Regime de Partilha. “O objetivo do governo Temer é favorecer as petroleiras estrangeiras, como prometeu  José Serra à Chevron”, declarou.

Em frente ao Itamaraty: Fora Serra!
Após algum tempo em frente ao Congresso, os petroleiros caminharam em direção ao Palácio do Itamaraty, onde ocuparam a rampa principal. O protesto aconteceu enquanto José Serra, ministro interino das Relações Exteriores e autor da proposta que deu origem ao PL 4567/16, recebia Henrique Capriles, líder opositor venezuelano.

Sob gritos de “fora Serra!” e “golpistas, fascistas”, os manifestantes mandaram o recado ao autor do projeto que tira o pré-sal da Petrobrás.

Promessa antiga
Serra foi denunciado pelo site WikiLeaks, que vazou suas conversas durante campanha à presidência da república, com Patrícia Padral, diretora da americana Chevron no Brasil, em 2009. Nas mensagens trocadas, José Serra teria prometido mudar as regras se fosse eleito presidente.

Mesmo sem ganhar o cargo, eleito senador, Serra apresentou a PLS 131/2015 (atual Projeto de Lei 4567/16), que altera a Lei nº 12.351, de 2010, que estabelece a participação mínima da Petrobrás no consórcio de exploração do pré-sal e a obrigatoriedade de que ela seja responsável pela condução e execução de todas as atividades de produção do petróleo.

Fonte: FUP, Folha de S. Paulo, G1

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