Congresso estadual de petroleiros alinha objetivos e ações em defesa da Petrobrás

1° Coupesp

O Congresso dos Petroleiros do Estado de São Paulo, realizado no último final de semana, em Guararema (2 e 3), concluiu um importante passo para a luta da categoria, em defesa de nossos direitos, da  Petrobrás e do pré-sal. O racha entre as federações FNP e FUP divide a luta da categoria, o que em momentos em que era preciso convergir objetivamente contra ataques aos trabalhadores, as diferenças ideológicas falaram mais alto.

A luta contra os ataques do Governo Federal, Congresso e Senado e a campanha privatista feita pela grande mídia demandará um esforço conjunto, assim como em 1995, quando conseguimos barrar a entrega total da Petrobrás ao mercado.

Diferente de 1995, quando a população tinha só as empresas de comunicação para informar, hoje cada trabalhador tem voz, por meio das redes sociais, sites das entidades e outras ferramentas, para alcançar um grande número de pessoas, defendendo a empresa e denunciando os ataques aos direitos conquistados. 

Ao promover um congresso em que Sindicatos dirigidos pelas duas federações se alinham em prol dos petroleiros, levantamos uma bandeira de união entre os trabalhadores, que servirá de exemplo também para outros sindicatos em todo país.

No domingo, Cibele, do Unificado, Adaedson Costa, do LP e José Azevedo, do Sindipetro/SJC, comandaram a mesa de plenárias abertas. Compuseram a mesa Eduardo Henrique (FNP) e Moraes (FUP).

O congresso encerrou com propostas de ação, unidade e esclarecimento da importância da luta conjunta da categoria junto ao povo brasileiro.

Deliberações do 1° Coupesp - 2016

“Soberania e Direitos”

É necessário consolidar o processo de construção da unidade da categoria petroleira através do aprofundamento do envolvimento com a base de representação dos três sindicatos do Estado de São Paulo: Litoral Paulista, Unificado e São José. Com este objetivo o 1° Coupesp deliberou as seguintes ações:

Caravana de Unitária de Luta - SP
Durante o mês de agosto serão realizadas mobilizações nas bases representadas pelos sindicatos: Litoral Paulista, Unificado e São José com a presença da direção dos 3 sindicatos.

Comunicação
- Criação de um Boletim Unitário de São Paulo.
-Seminário de Comunicação Unitário de São Paulo

Comitê Estadual em Defesa do Petróleo
O Comitê Estadual em defesa do Petróleo é um órgão autônomo de organização e luta em Defesa do Petróleo brasileiro. Através do Comitê será planejado reuniões periódicas dos 3 sindicatos, assim como reuniões amplas com movimentos sociais para planejar e realizar a campanha em defesa da Petrobrás e do Pré-sal.

Virada Sindical
Utilizar a cultura, lazer e esporte para realizar uma “Virada Sindical”, como forma de integração, aproximação e politização da base dos três  sindicatos de São Paulo, preferencialmente buscando a utilização das instalações dos CEPES.

Participação de Mulheres
Pensar e criar formas de tornam o ambiente sindical mais receptivo as mulheres.


Moção pela Unidade Nacional

Nós, delegados e militantes presentes ao 1° Congresso Unitário dos Petroleiros do Estado de São Paulo, realizado na Escola Nacional Florestan Fernandes, na cidade de Guararema SP, nos dias 02 e 03 de 2016 - entendendo este momento como histórico e singular enquanto construção de entendimento, consenso, unidade na ação e solidariedade da categoria petroleira e suas organizações, para consigo própria e para com o conjunto da classe trabalhadora, dos movimentos sociais e populares – aprova por unanimidade um clamor por Unidade.

É preciso resgatar a capacidade de dirimir as divergências através do diálogo; de construir caminhos de unidade tendo a solidariedade como princípio e a alteridade como fim. O movimento sindical petroleiro sempre foi diversificado e plural. Pela maior parte de sua história, se desenvolveu com unidade, equilibrando as divergências. Na primeira década dos anos 2000, o movimento perdeu esse equilíbrio. Os sindicatos de petroleiros se dividiram, passando a organizar duas federações diferentes que em geral se comportam como inimiga, mesmo sendo ambas, irmãs e filhas da mesma mãe: o Comando Nacional dos Petroleiros que enfrentou os anos de chumbo da ditadura e o neoliberalismo em sua encarnação pura nos anos 90.

A categoria petroleira jaz perplexa, confusa e desanimada diante dessa divisão e não se enxerga nesse “Fla x Flu” político de suas direções. As diferenças entre as duas Federações não eliminam as possibilidade de ações conjuntas nas lutas comuns como na defesa da Petrobrás, do Pré-Sal, dos nossos empregos e direitos. Em 2015 foram dado alguns passos em torno dessa união na Jornada de Luta Unitária de SP e nas ações comuns entre as Federações (FUP e FNP) e a Aepet nos embates contra o projeto do Senador José Serra para entregar o Pré-Sal às multinacionais.

O 1° COUPESP é um passo correto e assertivo contra o obscurantismo do pensamento único, do preconceito, da cizânia e da incompreensão que, afinal, são as armas dos nossos inimigos, não as nossas e fazemos um clamor para que nacionalmente possamos encontrar e aprofundar os caminhos da unidade.


Moção de Repúdio a Judicialização de disputas sindicais
Nós delegados e militantes presentes ao 1° Congresso Unitário dos Petroleiros do Estado de São Paulo, realizado na Escola Nacional Florestan Fernandes, na cidade de Guararema SP, nos dias 02 e 03 de 2016 aprovamos por unanimidade a presente moção:

Repudiamos a utilização da “justiça burguesa” por nossas entidades, principalmente Sindipetros e Federações para definir disputas ou divergências no campo da política sindical. Entendemos que as direções e militância sindicais devam ter a capacidade de buscar saídas na própria classe para resolverem suas querelas. Historicamente, a intervenção do judiciário em movimentos sociais, é nociva a organização dos trabalhadores. A própria estrutura sindical no Brasil foi criada para favorecer existência de sindicatos sem base. No atual momento, o caráter de classe do Judiciário brasileiro está mais nítido, pois até Ministros da mais alta corte do país o Supremo Tribunal Federal (STF), demonstram estar envolvidos no processo golpista em curso, onde os principais objetivos são: a fragilização da soberania nacional entregando o Pré-Sal e privatizando a Petrobrás, a redução dos direitos sociais e trabalhistas e a criminalização dos movimentos sociais.

Fazemos um apelo para as direções Sindicais e Federativas sentarem a mesa e buscar resolver na democracia operária nossas questões, retirando-as do judiciário.

Fora Temer, Parente e todos que atacam os direitos dos trabalhadores e a soberania nacional!