Com atrasos na BR, Transpetro e Liquigás, Caravana Unitária de Lutas encerra primeira fase de mobilizações

Em Barueri

Três subsidiárias concentradas na mesma área: Liquigás, Transpetro e BR Distribuidora. Palco perfeito para o último ato da Caravana Unitária de Lutas, que desde segunda-feira (1), realizou atrasos em seis unidades do Sistema Petrobrás no estado de São Paulo.

O atraso nas três unidades de Barueri provocou filas de caminhões na rodovia, o que obrigou a polícia rodoviária e gerência da Petrobrás a negociarem com os sindicatos para que liberassem a entrada dos veículos. Como acordo, a gerência da BR liberou os trabalhadores que estavam dentro da unidade para participarem do atraso.

A pauta das mobilizações é a luta contra a venda de campos maduros e terrestres, do controle da BR Distribuidora, da Transpetro, da reserva do pré-sal em Carcará, na Bacia de Santos e a venda de outros ativos. O recado passado aos trabalhadores é de que só com a união de toda categoria poderemos frear a ofensiva do governo federal e de Pedro Parente. Todos os trabalhadores devem se preparar para o pior, o comando da companhia já anunciou que pretende vender refinarias, como em um pacote com a BR, para tornar a negociação mais atrativa para ao mercado.

As mobilizações, com média de duas horas de atrasos diários, aconteceram na Replan, em Paulínia, RPBC e Bacub, em Cubatão, Recap, em Capuava, Revap, em São José dos Campos e em Barueri.

Durante os cinco dias de mobilizações, os trabalhadores falaram sobre os medos que assombram a categoria. O PIDV aberto para os funcionários de subsidiárias colocadas à venda deixa claro que o que vem pela frente são mais demissões, principalmente se os ajustes propostos pelo governo provisório, que flexibilizam leis trabalhista e para funcionários públicos passarem pelo Congresso.

Um dos marcos dos atos foi a aproximação dos sindicatos de São José dos Campos e Litoral Paulista, ambos da Federação Nacional dos Petroleiros, ao Unificado SP, base da FUP. A Caravana foi uma deliberação do Congresso Unitário dos Petroleiros do Estado de São Paulo, que reuniu lideranças das duas federações petroleiras em defesa do trabalhador e do Sistema Petrobrás.

“Sem a Petrobrás não tem FNP, nem FUP, nem petroleiros. Precisamos fortalecer a companhia como uma empresa integrada de energia. Só assim poderemos garantir empregos e desenvolvimento para o país”, apontou Adaedson Costa, diretor do Sindipetro-LP. “Temos que esquecer as diferenças e convergir em defesa de nossos empregos e da Petrobrás”, acrescentou Cibele Vieira, do Unificado.