Venda do Campo de Carcará aprofunda entrega do pré-sal

ataque à soberania nacional

Os ataques à Petrobrás e ao pré-sal, que já vinham sendo implementado no governo Dilma, se aprofundam cada vez mais pelas mãos do governo ilegítimo de Michel Temer. O cenário, se não houver resistência, é de desmonte total. 

Temer parece determinado a “fazer caixa” privatizando empresas públicas e usando a Petrobrás como um “bilhete premiado” para o mercado internacional, não para o povo.
Prova disso aconteceu no último dia 29 de julho quando o Conselho de Administração da estatal anunciou a venda de sua participação no Campo de Carcará, na Bacia de Santos, que era de 66%. A petroleira norueguesa Statoil abocanhou esta fatia valiosa do campo por míseros US$ 2,5 bilhões - um valor bem abaixo do mercado. O patrimônio total da área vendida, somado ao da área adjacente, da União, está avaliado em mais de US$ 20 bilhões.

Carcará tem como estimativa de produção de 700 milhões a 1,3 bilhão de barris. De acordo com uma nota da Petrobrás, publicada em 2013, a partir de 5.742 metros de perfuração “foi identificada uma expressiva coluna de, ao menos, 471 metros de óleo de ótima qualidade”, com 402 metros em reservatórios carbonáticos “de excelentes características de porosidade e permeabilidade”. Não por acaso, Carcará vinha sendo considerado um dos campos mais valiosos do pré-sal.

Para se ter uma ideia, em valores mesmo com o barril a 50 dólares, campos como Carcará remetem a um custo mais baixo do que a média de US$ 8 dólares por barril atingida no pré-sal. Depois de pagos royalties (Carcará é anterior à lei de partilha), impostos, custos de transporte e tudo o mais. É uma conta muito modesta estimar um lucro de US$ 5 por barril. Pode até ser o dobro.

Todos esses dados apontam para uma única direção: a estatal fez um péssimo negócio, sendo a única empresa petrolífera do mundo a abrir mão de suas melhores jazidas. Há quem diga que Temer e Pedro Parente tiraram da Petrobrás mais do que todos os desvios de Paulo Roberto Costa, Pedro Barusco, Nestor Cerveró e todos os outros corruptos que mancharam a imagem da Petrobrás.

O desmanche da companhia segue em curso acelerado. A direção da estatal está negociando uma série de outros ativos importantes, como a Nova Transportadora do Sudeste (NTS), a BR Distribuidora, a Liquigás, terminais de GNL, termelétricas, campos terrestres, campos em águas rasas, fábricas de fertilizantes nitrogenados (Fafens), a Petroquímica Suape e a Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco (Citepe). Não podemos permitir que a riqueza do país seja rifada! Com os petroleiros à frente, toda a população deve assumir a tarefa de defender o pré-sal e a Petrobrás.