Depois de sofrer assédio por ter se acidentado, trabalhador da UTGCA é afastado por depressão

assédio moral

O assédio moral é uma prática condenável e passível de indenização, mas ainda assim é muito presente no Sistema Petrobrás. Em meados de agosto, no espaço “Broncas do Petrolino”, recebemos denúncia de que na UTGCA um trabalhador terceirizado estava sendo assediado por ter se acidentado no trabalho.

O companheiro em questão estava trabalhando na unidade, quando pisou em falso e torceu o pé. Depois de passar pelo médico, foi afastado por uma semana e mesmo com o atestado em mãos, que demonstra que ele precisava de cuidados especiais, a sua chefia não lhe deixava em paz. Da mesma forma que não houve preocupação por parte dos seus superiores, muito menos solidariedade pelo problema de saúde do trabalhador, tampouco a contratada encaminhou a Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT) ao Sindipetro-LP.

Sem o apoio necessário e envolvido com os temores que preocupam 10 em cada 10 trabalhadores terceirizados, como a venda de ativos, corte em investimentos e crescentes índices de desemprego, o assédio ao colega provocou algo mais grave, que irá lhe tomar agora muito mais que uma semana de repouso. Com a pressão do assédio o colega afastado passou a apresentar quadro de depressão, o que obrigou seu afastamento por três meses iniciais.

Mais uma vez a falta de sensibilidade e comprometimento com o trabalhador agrava ainda mais algo que poderia ter sido resolvido com o mínimo respeito às leis trabalhistas. Que vantagem teve essa empresa ao assediar alguém já fragilizado por seus próprios problemas? Mesmo com as campanhas contra assédio dentro da Petrobrás, palestras e cartilhas alertando sobre o assunto, alguns administradores da companhia ignoram as consequências de seus atos e agem de forma a piorar o já instável ambiente de trabalho, principalmente em se tratando da força de trabalho terceirizada.

Estamos acompanhando de perto essa situação com o apoio da CIPA e não mediremos esforços para evitar que novas ocorrências desse tipo voltem a acontecer. Esse é o nosso lema: Prevenir é sempre melhor do que remediar.