Com adesão de petroleiros diretos e terceirizados, FNP realiza atraso na REVAP

Caravana Nacional

A REVAP, em São José dos Campos, foi a segunda base escolhida pela Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) para dar sequência à Caravana Nacional que visa iniciar as mobilizações em torno da campanha reivindicatória da categoria. Entretanto, por estar intimamente ligada à pauta mais ampla em defesa do pré-sal e da Petrobrás, o atraso realizado na refinaria do Vale do Paraíba, nesta terça-feira (06), não envolveu a pena os petroleiros diretos, mas também terceirizados.

Mesmo debaixo de chuva, houve grande adesão dos trabalhadores da unidade para conversar sobre a situação da companhia e do país. “Todos foram golpeados pelo impeachment que levou Michel Temer à presidência. Aqueles que defendiam Dilma, aqueles que eram contra Dilma, todos foram sabotados pelo pacto entre a classe política e judiciário. Quem sai perdendo são todos os trabalhadores”, afirmou Fábio Mello, diretor do Sindipetro-LP.

“O que está em jogo aqui é que tipo de país queremos construir. Se queremos construir um país-colônia, que mais uma vez entregará suas riquezas de graça para os estrangeiros, ou se vamos construir um país digno para, com soberania, que tenha desenvolvimento pleno para nossos filhos e netos”, lembrou Adaedson Costa, secretário-geral da FNP e coordenador-geral do Sindipetro-LP.

A lista de ataques citados pelos dirigentes sindicais foi grande. Reformas da previdência e trabalhistas, com aumento da idade para aposentadoria e flexibilização dos direitos trabalhistas; PEC 241, que congela por até vinte anos os investimentos em saúde e educação; venda do pré-sal e amplo processo de privatizações, que inclui a Petrobrás – a maior empresa do país.

Marcelo Juvenal, dirigente do Sindipetro-LP, lembrou que os ataques já são uma realidade e se concretizam no dia a dia dos trabalhadores. “Somada à venda de ativos, que precariza as condições de trabalho e aumenta o risco de acidentes com o corte de investimentos em pessoal e manutenção, ainda somos obrigados a conviver com gerentes irresponsáveis, que só pensam no lucro da empresa. A REVAP hoje, inclusive, tem como gerente-geral o antigo gerente-geral da RPBC, o senhor Deisson, inimigo da segurança e dos trabalhadores. Portanto, não se trata de uma luta abstrata ou futura. Ela acontece aqui e agora”.

Se no ano passado a categoria foi forçada a enfrentar uma dura batalha, sendo vitoriosa na preservação dos direitos conquistados ao longo de anos no ACT, neste ano ela não será menor. Novamente, o que está em jogo são os direitos e o emprego. Entretanto, não se tratam mais de lutas isoladas, com cada categoria tentando arrancar um acordo digno e vitorioso. Os patrões e governos atuam de maneira organizada contra todos os trabalhadores. Cabe à classe dar o troco na mesma moeda. É por isso que ganha importância o chamado à construção de uma forte greve geral, sendo parte importante deste processo a concretização de uma luta unificada entre petroleiros, bancários e trabalhadores dos correios. É possível, é necessário.