Por ampla maioria, petroleiros do Litoral Paulista rejeitam proposta da Petrobrás

ACT

Os petroleiros do Litoral Paulista rejeitaram, por ampla maioria, a primeira proposta da Petrobrás para o Acordo Coletivo de Trabalho. A decisão, realizada em assembleia na noite desta quarta-feira (21) na sede e sub-sede do Sindicato, foi tomada por um público superior ao tradicional em início de campanha reivindicatória.

Um indicador positivo, pois demonstra que os petroleiros e petroleiras querem discutir os rumos da categoria. No total, mais de 100 petroleiros estiveram presentes na assembleia que também aprovou, por ampla maioria, outros dois pontos importantes: estado de greve e atrasos esporádicos nas unidades do Litoral Paulista para esclarecer toda a força de trabalho sobre o que foi discutido na noite desta quarta-feira (21).

Para a categoria, não há muitas dúvidas sobre o que significa a “proposta” apresentada pelo homem de confiança do governo ilegítimo de Temer, senhor Pedro Parente. Um verdadeiro pacote de maldades, que envolve reajuste zero no salário base e retirada de direitos garantidos há anos com muita luta. Dentre eles, corte de 50% do valor pago pelas horas extras, substituição compulsória do auxílio almoço para vale refeição e alimentação, reajuste na RMNR de 4,97% e redução de jornada com redução de salário.

Se neste ponto há um grande consenso, no caso da mobilização a ser empreendida existe um amplo debate a ser feito. Seja nas assembleias ou nos atrasos, queremos discutir com a categoria de maneira democrática e coletiva como construir a mobilização nacional para barrar esses ataques. 

Neste sentido, uma das propostas do Sindicato para organizar esse debate é a realização de um Seminário de Greve, com data ainda ser definida. O objetivo é proporcionar ao conjunto da categoria um espaço para aprofundar as discussões que hoje já acontecem na base, mas de modo disperso.

“Vivemos um momento histórico. E não se trata apenas de defender direitos, mas de lutar por um país melhor para nós e para as próximas gerações”, argumenta Adaedson Costa, coordenador-geral do Sindipetro-LP. “Hoje, defender um ACT digno é defender a Petrobrás, porque fica mais difícil vender ativos. Assim como em 2015, não se trata de escolher a luta econômica ou política. É uma luta só. E ela com certeza terá importância para todos os brasileiros, pois se trata da maior empresa do país, se trata do pré-sal brasileiro. Temos uma lição de casa muito grande depois dessa assembleia: convencer cada colega de trabalho que o momento exige coragem e força. Juntos, podemos sair dessa campanha vitoriosos”.

Outra deliberação aprovada na assembleia, também por ampla maioria, é o envio de uma convocação para toda a categoria – aposentados, ativos e pensionistas -chamando todos e todas a defender a Petrobrás e um país soberano. A luta está só no começo.