Atraso na Alemoa envolve petroleiros diretos e terceirizados

Contra retirada de direitos

O Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista atrasou na manhã desta segunda-feira (26) a entrada dos trabalhadores dos regimes de turno e administrativo do Terminal Alemoa, da Transpetro, em Santos. A mobilização, iniciada por volta das 6h30, foi encerrada três horas depois, às 9h30 da manhã.

O ato envolveu também os trabalhadores terceirizados. Diante de uma conjuntura de crise e ataques que atinge toda a população, não há sentido em dividir a luta e encarar as demandas das categorias como necessidades corporativas. Por isso, o início da mobilização foi reservado principalmente ao debate sobre as medidas impopulares do governo Temer.

Fruto de um golpe parlamentar, sem qualquer compromisso eleitoral com o povo, o novo governo aplica um programa que supera sensivelmente os ataques aplicados anteriormente através do ajuste fiscal, ainda no governo Dilma.

Reformas da previdência, impondo aposentadoria a partir de 65 anos, e trabalhista, com a retirada de direitos, são alguns dos principais ataques reservados aos trabalhadores. Os cortes nos investimentos em saúde e educação, por até 20 anos por meio da PEC 241, é outra medida que - se aprovada - fará um estrago ao país com consequências diretas às futuras gerações. O sacrifício apontado como uma necessidade de todos, está reservado apenas aos trabalhadores.

Após o diálogo com todos os trabalhadores da unidade, os terceirizados foram liberados e a discussão passou a girar em torno do ACT com os petroleiros diretos. Uma deliberação da assembleia realizada no dia 21, quarta-feira, o atraso na Alemoa é o primeiro de uma série de mobilizações que o sindicato realizará para conscientizar a categoria sobre o momento que os petroleiros atravessam. Além da venda de ativos, que visa privatizar a empresa aos pedaços, e da entrega do pré-sal, por meio do PL 4567, os trabalhadores enfrentam mais uma vez a tentativa de retirada de direitos.

Sensível à preocupação da categoria em não deflagrar uma greve precipitada, o Sindicato reforçou o seu posicionamento aos trabalhadores do terminal: quem decide os rumos da campanha é a categoria, portanto nenhuma decisão será tomada sem a participação e protagonismo da base. "Nossa posição é de esgotar todas as etapas inerentes ao processo de negociação com a empresa. Foi assim que fizemos no ano passado. A greve só foi desencadeada quando a categoria estava fortalecida e a empresa havia deixado claro que não atenderia às nossas reivindicações", argumentou Adaedson Costa, coordenador-geral do Sindipetro-LP.

Dia 7, Seminário de Greve!
Para garantir uma discussão coletiva e ampla sobre a mobilização do ACT, o Sindicato realizará no dia 7 de outubro um Seminário de Greve para discutir com a categoria as estratégias de luta a serem desenvolvidas na campanha reivindicatória.

Sabemos que os trabalhadores já vêm discutindo na base qual a melhor saída. Fazer esse debate de maneira organizada, com a presença em um mesmo espaço de trabalhadores de funções e unidades diferentes, pode nos fazer avançar nas elaborações sobre qual o melhor caminho nesta campanha. Este é o objetivo desta iniciativa.

A assessoria jurídica do Sindipetro-LP e representantes de outras entidades, como o Ministério do Trabalho, serão convidados para colaborar com os debates, respondendo possíveis dúvidas dos trabalhadores.