Em Cubatão, petroleiros realizam atraso contra retirada de direitos

Campanha reivindicatória

Depois de realizar atrasos nos terminais da Transpetro em Santos (Alemoa), Cubatão (Pilões) e São Sebastião (Tebar), o Sindipetro-LP escolheu a RPBC/UTE Euzébio Rocha como palco de mais uma mobilização no Litoral Paulista.

Lamentavelmente, a direção da RPBC apelou à Polícia Militar para intimidar o Sindicato e os trabalhadores. Diversos carros da PM foram chamados, gerando uma situação desnecessária e injustificável diante de uma paralisação pacífica da categoria. O Sindicato repudia a criminalização das lutas, assim como a relação pra lá de obscura entre empresa e PM – sabemos que há tempos os policiais se alimentam nas dependências da refinaria.

Felizmente, nenhum incidente ocorreu, até mesmo por se tratar de um protesto legítimo dos trabalhadores. Com forte adesão dos trabalhadores de turno e administrativo, a paralisação se estendeu até às 10 horas. Coincidindo com o Dia Nacional de Luta, articulado por diversas centrais e sindicatos, o ato contou com a participação dos combativos sindicatos dos servidores de Santos, metalúrgicos e judiciários.

Com este formato, foi possível aliar o debate em torno do acordo coletivo da categoria com a discussão mais ampla sobre a retirada de direitos articulada contra todos os trabalhadores pelo governo ilegítimo de Temer.

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Reformas da previdência e trabalhista, desmonte do patrimônio público, corte nos investimentos em saúde e educação, privatização da Petrobrás e venda do pré-sal, são apenas algumas medidas que o novo governo pretende aplicar sob o pretexto da crise. A tentativa de impor aposentadoria aos 65 anos, jornada de trabalho de 12 horas, dentre outros ataques, vêm sendo objeto de denúncia em todos os atos realizados pelo sindicato.

“Nessa etapa atual, precisamos superar o corporativismo. Precisamos continuar lutando pelas nossas condições específicas, pelos nossos salários, mas temos que para além disso começar a juntar as categorias, porque se não fizermos isso estaremos fadados a sofrer um verdadeiro desmonte dos nossos direitos e salários”, opinou Flávio Saraiva, presidente do Sindserv Santos.

Nesta quinta-feira, ocorreram simultaneamente atrasos e atos em outras bases da FNP como a Sede da Petrobrás em Aracajú, na base do Sindipetro-AL/SE, a REVAP, em São José dos Campos, TEBIG e TABG no Rio de Janeiro. São atos importantes, que fortalecem a luta da categoria em defesa da Petrobrás e de um ACT sem retirada de direitos.

“Nosso desafio é enorme e parte disso é mostrar a todos os petroleiros a ilusão que Pedro Parente tenta vender. Um presidente que afirma defender uma empresa integrada de energia enquanto vende a BR, a Gaspetro e abre espaço para a venda de refinarias, da Transpetro, dos campos maduros. Que integração é essa que ele defende? Um presidente que afirma que irá priorizar os investimentos em exploração e produção, mas que ao mesmo tempo vende o Campo de Carcará, o segundo maior poço do pré-sal. Merece nosso respeito? Não”.
 

No período da tarde, o Sindicato se deslocou até o Edisa Valongo, em Santos, prédio administrativo da companhia que centraliza as atividades do pré-sal. Os dirigentes dialogaram com a categoria e distribuíram o boletim que divulga o bate-papo que acontece nesta sexta-feira (30), a partir das 7 horas, em frente ao Valongo. O objetivo é debater o ACT e a atual conjuntura da empresa.

Desde a assembleia de 21 de setembro, que aprovou esses atrasos, o Sindicato tem investido na mobilização e diálogo com a categoria. Dessa forma, podemos articular a resistência contra o governo Temer e seu agende na Petrobrás, Pedro Parente.