Gerência do terminal permite demissões motivadas por roubo de barcos e em retaliação a apoio a atrasos

Transpetro Alemoa

A gerência do Terminal Alemoa permitiu um grande estrago: em menos de 30 dias, 38 petroleiros terceirizados foram demitidos. Os motivos vão desde retaliação aos roubos de embarcações até envolvimento de trabalhadores em atrasos em defesa de seus direitos.

Há aproximadamente três meses, graças a uma política de desrespeito ao patrimônio da empresa por parte dos gestores, tivemos duas embarcações da Transpetro furtadas em uma madrugada. Os barcos ficavam ao relento na madrugada e dentro do mar e, se não bastasse todo o cenário propicio ao furto, ainda deixavam com a chave no contato.

O incidente aconteceu não por falta de aviso. Inspetores e vigilantes já haviam apontado varias irregularidades no ambiente, alertando sobre o risco de furto e roubo no local. Mesmo depois do crime, ainda hoje são apontado os riscos existentes na unidade, mas os gestores responsáveis não dão a atenção necessária. Pelo contrário, tomam ações gerenciais que colocam em risco a planta da Transpetro Alemoa. A empresa Observe, que presta serviço de segurança na unidade, mandou embora 20 vigilantes, pondo em risco a segurança patrimonial e ambiental.

Além de reduzirem um quadro já deficitário, os novos vigilantes não conhecem a área e os procedimentos de emergências.

Os vigilantes demitidos tinham experiência na área e juntos com a operação, já haviam evitado vários acidentes e incidentes dentro da planta. Ignorando os avisos de sinistros à vista, as demissões foram em retaliação ao furto das embarcações. Colocam nas costas dos trabalhadores a negligência dos próprios gestores da Transpetro e da Observe, quando sabemos que ao demitirem funcionários antigos, contratam outros, em menor número e com salários reduzidos, simplesmente para gerar mais lucro para “a gata” e economia para a empresa.

Após as 20 demissões, não contentes com o desfecho, os gestores da Transpetro demitiram mais 18 trabalhadores, dessa vez os afetados foram os motoristas de turno. Estranhamos essas demissões, afinal muitos dos trabalhadores que foram dispensados apoiaram os operadores nos movimentos de atrasos. Qual o critério usado para a redução dos postos de trabalhos com a troca de contrato de 42 para 27 ao longo da transição?

Somente os queridinhos do Rei foram escolhidos? Por imposição de uma gestão desequilibrada tecnicamente, selecionaram alguns capachos, que são encontrados facilmente brincando de esconde-esconde embaixo da mesa do chefe. Os currículos de alguns que ficaram impressiona: Temos aposentados, o que contraria a política da empresa, a TECLINE; gente envolvida em acidentes de transito, capotamento, que tiveram a CNH suspensa por embriagues, gente com dezenas de multas, algumas por excesso de velocidade entre outros. Já os demitidos não têm multa ou acidentes. Foram tão somente demitidos porque lutaram pelos seus direitos e deram grande apoio nos atrasos.

Os motoristas do turno infelizmente foram injustiçados enganados com falsas promessas e tapinhas nas costas. Não tiveram nem a oportunidade de saber qual o motivo de não estarem relacionados para trabalhar na nova empresa que assumiu o contrato.

O preposto da antiga empresa, que hoje é motorista do turno, deixou bem claro para todos os motoristas que iria mandar uma lista para a nova empresa com os nomes dos mesmos e com o histórico de cada motorista e assim possibilitar uma seleção mais justa. Mas infelizmente ai começou a enrolação. Os motoristas que não estavam relacionados na lista tinham em média de oito a 16 anos de trabalho, bom relacionamento com os funcionários, não tinham advertência, faltas, batidas de veículos, ou seja, nada que os desabonassem. Qual foi o critério usado pelo preposto ou pela a empresa contratante?

No último dia 16 de setembro foi realizada reunião com os representantes dos passageiros do Terminal de Pilões e os responsáveis pelo contrato de transporte dos terminais. Na oportunidade, foi solicitado que o antigo preposto e atual motorista não fizessem parte do quadro de motoristas, pois sabiam o que ele havia feito com os colegas demitidos, inclusive tendo beneficiado dois motoristas envolvidos em acidentes sérios.

Por sua vez, o preposto/motorista, sabendo que não era bem vindo no Terminal de Pilões, fez uma manobra para trabalhar no Terminal da Alemoa, trocando com outro motorista para amenizar a situação. Porém, mal sabe ele que os passageiros do Terminal da Alemoa também não o aceitam por lá.

Outra situação que revoltou os motoristas demitidos foi a clara proteção com os motoristas que trabalham no horário administrativo (motoristas de viagem). Sempre que era necessário fazer um desligamento não se mexia no ADM e sim nos motoristas do turno. Essa situação já é antiga e se comprovou. O quadro dos motoristas de viagem era de nove ao total, todos continuaram e alguns passaram a trabalhar no turno.

 A farra em demitir trabalhador é tão descarada, e o antigo preposto da empresa estava tão certo da sua capacidade de articulação que falou, sem vergonha nenhuma, que iria fazer o que quisesse, pois tinha as costas quentes com a gestão da Transpetro e que colocaria quem ele quisesse com o apoio da gerência. De fato tem sido feito tudo de qualquer jeito. Tanto é assim, que nem o tempo de experiência, que é exigido em minuta de contrato da Petrobrás, foi cumprido.

A gestão da Transpetro, com suas politicas burras de economia, criam formulas inacreditáveis e hipócritas, pois se querem cortar gastos que comecem cortando seus abonos gerenciais e suas transferências. É conhecida a tática das gerências, que de quatro em quatro ano mudam de unidade, só para manterem o abono de transferência, uma pratica comum entre a realeza.

E depois vem com a conversa fiada de que “temos que cortar isso, apertar ali para ajudar a empresa”. É uma falta de ética desses hipócritas, que comem mortadela e arrotam peru. Será que os investigadores da operação Lava Jato têm olhado para Transpetro Alemoa? Onde está o ISC para fiscalizar as ações que são um tanto suspeitas desses gestores?