Petrobrás recua na hora extra em 4ª proposta, mas mantém reajuste zero parcelado

ACT

 

A Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) indica aos petroleiros que rejeitem a proposta apresentada pela Petrobrás no início da noite desta terça-feira (29)

Após chamar a terceira proposta de último esforço da companhia, a Petrobrás apresentou na noite desta terça-feira (29) uma nova oferta aos petroleiros e petroleiras. Em sua quarta proposta, divulgada após as reuniões com FNP no período da manhã e FUP no período da tarde, a empresa traz poucas novidades.

A principal delas, certamente, é a exclusão da cláusula em que o valor das horas extras era reduzido de 100% para 50%. Sem dúvidas, uma importante vitória da categoria que só foi conquistada graças a dois fatores primordiais: a pressão exercida nas bases que se mobilizam, com atrasos e cortes de rendição, e a enorme indignação dos trabalhadores diante desta retirada de direitos, manifestada nas assembleias que vêm rejeitando a proposta da empresa e nos próprios canais de comunicação interno.

Entretanto, tal avanço ainda é parcial: isso porque a empresa, como vem fazendo com outros temas estratégicos, empurra para um grupo de trabalho a tarefa de “estudar e apresentar” uma proposta sobre a hora extra. No acordo do ano passado, por exemplo, já vivemos na pele a experiência do que foi o famigerado GT para discutir o desinvestimento. Na prática, serviu apenas de enrolação enquanto a venda de ativos era aplicada.

A tarefa da categoria, neste sentido, é forçar a empresa a retirar a proposta de hora extra sem manobras. Em outras palavras, enterrar inclusive a tentativa de impor este ataque fora da data-base, num período em que a categoria esteja desarmada.

Somado a isso, a mobilização dos petroleiros deve servir também para exigir aumento real no salário base. A partir de setembro, o reajuste oferecido segue sendo de 6%. O que a empresa apresenta de avanço no reajuste é simplesmente a antecipação para fevereiro, e não mais em março, dos 2,8% adicionais. Ou seja, segue a tentativa de impor reposição parcelada com 2.8% não retroativos a setembro.

Outro recuo da empresa foi em relação à migração do auxílio almoço para o vale alimentação. Na terceira proposta, essa transferência era obrigatória. Agora, passa a ser opcional. Além do reajuste zero, outro ataque que a empresa tenta manter é a redução da jornada de trabalho com redução salarial.

Dia Nacional de Lutas nesta quarta nas bases da FNP! Nenhum avanço obtido até aqui foi fruto da boa vontade da direção da empresa. Direção, diga-se, responsável por um dos maiores processos de desmonte da Petrobrás.

Neste sentido, precisamos intensificar a pressão sobre a empresa. Com uma mobilização nacional é possível avançar ainda mais e exigir uma nova proposta - sem retirada de direitos e com aumento real sobre o salário base.

Por isso, os sindicatos da FNP seguem mobilizados com atrasos e cortes de rendição continuados, E nesta quarta-feira, dia 30 de novembro, será realizado um Dia Nacional de Lutas para colocar as bases dos seus cinco sindicatos em movimento. Um ofício foi enviado à FUP para que ela participe desta mobilização.

As assembleias dos cinco sindicatos da FNP devem acontecer até o dia 13 dezembro. Caso a companhia não apresente uma nova proposta até o dia 15, novas assembleias serão convocadas com indicativo de greve.