Após quase 48 horas confinados, petroleiros em greve da RPBC/UTE são liberados neste domingo (25)

greve natalina

Após um longo processo de negociação com a companhia, foi realizada no turno das 19 horas deste domingo (25) a rendição dos petroleiros e petroleiras grevistas que estavam confinados na RPBC e UTE Euzébio Rocha, em Cubatão, há quase 48 horas. Os trabalhadores entraram na unidade às 23 horas de sexta-feira (23) e, mesmo todos assinando o Termo de Entrega da Operação para Grupo de Contingência, foram impedidos de deixar a unidade através de informações distorcidas e ameaças. Uma delas a de que a saída do grupo iria configurar abandono de emprego.

Desde sábado de manhã (24), quando houve o corte de rendição, o Sindicato buscou negociar junto à gerência local e ao próprio RH Corporativo a liberação dos trabalhadores. A empresa, de má fé, resolveu castigar os trabalhadores e mante-los confinados na refinaria. Para comprovar a situação, o Sindicato chamou a PM à unidade assim que os termos individuais foram rejeitados pela empresa. Logo em seguida, foi registrado Boletim de Ocorrência denunciando a companhia por cárcere privado, afinal ela havia se recusado a escalar supervisores e gerentes no grupo de contingência.

No final do dia, sábado (24), o Sindicato foi surpreendido com uma decisão judicial estabelecendo que o Sindicato efetuasse a troca de turno. Entretanto, o juiz recebeu informações distorcidas e falsas para tomar esta decisão. Dentre elas, a de que a entidade não havia comunicado a greve dentro do prazo legal. Além disso, antes mesmo de tomar conhecimento desta decisão pelas mãos do oficial de Justiça, o Sindicato já havia feito uma proposta para RPBC, via ofício, de troca de turno com controle do grupo e horário de trabalho de 12 por 48 horas de folga. Proposta que a empresa simplesmente ignorou.

Neste domingo (25), os dirigentes do Sindicato entraram em contato com os trabalhadores do Grupo 1 para que comparecessem à barraca de greve por volta das 18 horas a fim de efetuar a troca de turno. Apesar do pouco tempo de convocação, os trabalhadores responderam positivamente ao chamado e marcaram presença para realizar a rendição. Felizmente, o que falou mais alto neste caso foi a união e solidariedade da categoria.

Durante o movimento de greve, a escala será de 12x48 com o quadro mínimo ratificado pelo Sindicato, sendo que ao longo da jornada não deve haver emissão de PT (permissão de trabalho), salvo em caso de emergência. A empresa se comprometeu a seguir o que foi acordado com o Sindicato e na próxima terça-feira (27) está agendada uma nova reunião para discutir esse tema.

Apesar da empresa não ter cedido à reivindicação do Sindicato em relação à redução de carga, o Sindicato resolveu seguir com a troca do pessoal e com a contingência formada nos parâmetros estabelecidos no ofício enviado à empresa para preservar a segurança e o descanso dos trabalhadores do G2 que se encontravam confinados. Ainda assim, este tema será discutido na reunião de terça-feira.

É importante ressaltar que estamos vivendo um momento importante, no qual a contingência deve ser formada com base na vontade dos trabalhadores. Não vamos desistir da redução de carga para fazer valer o objetivo de qualquer movimento de greve: trazer prejuízos econômicos ao empregador para pressioná-lo a atender as reivindicações da categoria.

Por fim, louvamos a firmeza dos trabalhadores e trabalhadoras do Grupo 2 que ficaram confinados na refinaria durante quase 48 horas. Sem a força desses companheiros, a atuação do Sindicato em conjunto com o departamento Jurídico não seria capaz de encerrar esse impasse.

Lembramos a todos que na segunda-feira (26) toda a categoria do Litoral Paulista tem compromisso: vamos discutir os rumos do movimento em assembleia na sede e sub-sede do Sindicato, com primeira chamada às 17h30. A presença de todos é fundamental!