Terceirização e quarteirização causam mais uma morte na Bacia de Santos

Alerta

Mais uma vez a terceirização, ou melhor, a quarteirização fez uma vítima. Um trabalhador da empresa Baker Hughes morreu em um acidente que ocorreu ontem (21/01), na Bacia de Santos. Ele estava a bordo da embarcação Normand Maximus, e estava a serviço da empresa SAIPEM.

O acidente ocorreu durante a instalação de gasoduto submarino no campo de Lula Extremo Sul quando houve rompimento de componente em sistema de alta pressão a bordo da embarcação, atingindo o trabalhador da empresa Baker Hughes, subcontratada da SAIPEM, que executava a operação.

No acidente outros quatro trabalhadores também foram feridos e foram atendidos em um hospital no Rio de Janeiro, apresentando quadro estável e fora de risco.

O Consórcio BMS-11 é formado pela Petrobrás (operadora, com 65% do ativo), British Gas (25%) e Galp (10%).

Terceirização na berlinda
Segundo dados do Ministério do Trabalho, os trabalhadores terceirizados recebem salários 27% inferiores aos dos diretos, trabalham três horas a mais por semana e passam, em média, 2,6 anos a menos no emprego. Outro dado alarmante revela que os terceirizados são os empregados que mais sofrem acidentes. Para se ter ideia da situação, entre cinco mortes no trabalho, quatro são de terceirizados.

Na Petrobrás, mais de 80% dos mortos em serviço entre 1995 e 2013 eram subcontratados. A segurança é prejudicada porque companhias de menor porte não têm as mesmas condições tecnológicas e econômicas. Além disso, elas recebem menos cobrança para manter um padrão equivalente ao seu porte.

A ausência de uma política de segurança efetiva dentro da companhia também tem gerado dor e revolta. Novamente, de forma trágica se expõe uma dura realidade: para garantir produção e lucro ao menor custo possível não se hesita em precarizar a segurança das unidades, dos trabalhadores.

O Sindipetro-LP há anos vem lutando contra esse descaso da empresa e a greve dos 23 dias realizada em março de 2011, pelos  trabalhadores da UTGCA, em Caraguatatuba, e das plataformas de Mexilhão e Merluza, é apenas um exemplo. As lutas recentes na RPBC e Tebar pelo aumento de efetivo também envolveu a garantia de condições mais seguras de trabalho.

Quantos acidentes serão necessários para que a gerência da empresa perceba que o lucro não está acima da vida?

Basta de mortes no Sistema Petrobrás!