Petrobrás tenta mais uma vez jogar prejuízo nas costas dos trabalhadores

PLR

A Petrobrás teve prejuízo líquido de R$ 14,824 bilhões em 2016, conforme informou a estatal na tarde ontem (22/03). Foi o 3º ano consecutivo de resultados negativos. Em 2015, a estatal registrou prejuízo recorde de R$ 34,8 bilhões. Em 2014, as perdas somaram R$ 21,6 bilhões.

Apesar dos números, Parente comemorou as melhoras da estatal do ponto de vista operacional e o crescimento de 12% nas exportações no último trimestre do ano passado, mas apesar disso foi anunciado também que não haverá pagamento de Participação nos Lucros e Resultados (PLR).

A justificativa é que não houve atingimento de uma das metas operacionais estabelecidas, conforme prevê o regramento da PLR. O diretor de RH da estatal, Hugo Repsold não especificou qual índice não foi atingido. No atual regramento da PLR são levados em consideração parâmetros financeiros, como lucro, geração de caixa (medido pelo chamado Ebitda, sigla em inglês para ganhos antes de juros, tributos, amortizações e depreciações), fluxo de caixa e margens.

Os dirigentes da estatal parecem que esqueceram que o Acordo Coletivo da categoria estabelece que a PLR deva ser paga mesmo com prejuízo da empresa.

Essa velha “lenga lenga” não tem justificativa já que em 2015, mesmo com o prejuízo incluído no balanço apresentado, os empregados da Petrobrás receberam metade do piso da PLR paga em 2014 mais metade do valor de uma remuneração mensal.

Em 2016 os trabalhadores não saíram imunes aos desmandos da gerência da estatal. Os petroleiros tomaram um “passa moleque” por conta do não atingimento de uma meta por 1% e não foi pago um centavo de participação. Em contrapartida, os gerentes ofereceram mais um plano de demissão voluntária que acabou desligando 12 mil trabalhadores.

O Sindipetro-LP entende que a categoria não tem qualquer responsabilidade com os graves casos de corrupção e que todas as metas foram alcançadas. A nossa diretoria exige que a empresa convoque os sindicatos para demonstrar qual o índice que não foi atingido para justificar tamanho absurdo. Esse tipo de “punição” orquestrada pela diretoria da Petrobrás demonstra mais uma vez que eles não sabem a força que os trabalhadores petroleiros têm e que não vamos nos calar diante dessa fatura que não é nossa.

Número operacionais

Os bons números operacionais demonstram mais uma vez a capacidade técnica e o empenho dos trabalhadores e trabalhadoras petroleiros. Ao contrário das gerências e Diretoria Executiva, que só fizeram lambanças, essa imensa força de trabalho é a responsável pelo aumento de produção e por manter a Petrobrás competitiva mesmo com as adversidades. Esses mesmos trabalhadores são os que estão sendo sacrificados com aumento de demandas e metas, e há anos estão sem receber aumento real nos salários.