Petroleiros da Transpetro realizam atrasos no Litoral Paulista

Contra corte do café da manhã

Os ataques da dupla Temer/Parente aos trabalhadores do Sistema Petrobrás não encontram limites: a partir desta terça-feira (4), petroleiros diretos e terceirizados do regime administrativo dos terminais da Transpetro não têm mais direito ao café da manhã - direito conquistado há sete anos, em 2010.

A medida, tomada sem qualquer aviso prévio da direção da companhia à força de trabalho e aos sindicatos, contraria elaboração feita pela própria empresa anos atrás que permitiu esse benefício: havia se constatado que muitos empregados apresentavam problemas de saúde, como mal súbito, em virtude de uma alimentação precária no período da manhã.

Contra esta medida, o Sindipetro-LP realizou na manhã desta terça atrasos no início do expediente nos terminais da Transpetro em Santos (Alemoa) e Cubatão (Pilões). Nas duas unidades, os protestos contaram com a presença de dirigentes do Sintracomos (Sindicato da Construção Civil da Região), já que uma parcela dos terceirizados também é afetada pela medida.

"Longe de ser uma preocupação com a saúde dos trabalhadores, a empresa estava preocupada com o desempenho da força de trabalho e também com a exposição negativa que isso poderia gerar. Mas hoje nem isso, o que puder ser arrancado essa gestão irá arrancar dos trabalhadores. Uma atitude vergonhosa, covarde. Acabaram com abono, estão acabando com nossa PLR, retiram direitos. Agora até o café! Esse corte não irá resolver o problema de caixa que a direção alega ter, trata-se de uma medida mesquinha da empresa", comentou Fábio Mello, diretor do Sindipetro-LP.

As paralisações contaram com a participação de petroleiros diretos e terceirizados, que puderam tomar o café da manhã disponibilizado pelo Sindipetro-LP. "Este café aqui está sendo financiado pelos trabalhadores. Se os trabalhadores, se a entidade sindical pode garantir esse café, por que a Transpetro não pode?", indagou Mello durante o atraso.

Segundo Adaedson Costa, que participou do atraso no Terminal Pilões, em Cubatão, "o objetivo é que esses primeiros atrasos estimulem as demais bases afetadas pelo país a também se mobilizarem. Esperamos que todos os terminais sejam paralisados, só isso conseguiremos reverter essa injustiça".

Alvo central dos ataques do governo Temer, a Petrobrás e os petroleiros vêm sofrendo sucessivos prejuízos que envolvem desde o aprofundamento da entrega do pré-sal às multinacionais, a venda criminosa e ilegal de ativos valiosos, assim como a retirada de direitos e rebaixamento salarial.
 

CONSTRUIR A GREVE GERAL NO DIA  28
Se na aparência o corte do café da manhã se apresenta como um problema local, específico, uma reflexão mais atenta demonstra que está inserida no contexto mais geral de ataques do governo Temer a toda classe trabalhadora.

As reformas da previdência e trabalhista, a terceirização indiscriminada, a criminalização das lutas, todas essas medidas visam aprofundar ainda mais a exploração dos trabalhadores brasileiros.

Os demais ataques vêm na esteira desta política de desmonte de direitos históricos das diversas categorias.

Por isso, também este na pauta de hoje durante os protestos a necessidade da construção da Greve Geral no próximo dia 28. Pela primeira vez, em décadas, se desenha a possibilidade de uma mobilização nacional que pare o país de Norte a Sul.

Ainda esta semana, o Sindipetro-LP divulgará a data da assembleia que discutirá a construção da greve geral nas unidades da Petrobrás da região. Nesta quarta-feira (5), às 9h30, na sede do sindicato, acontece reunião ampliada da Frente Sindical com os demais sindicatos da região justamente para articular este dia na Baixada Santista.

O momento é de unidade contra os ataques de Temer e do Congresso Nacional!