Petroleiros atendem ao chamado e participam em peso da greve geral

Contra as "reformas" e terceirização

Já passava das 10 horas da manhã, em Santos, quando a coluna de petroleiros e petroleiras se deslocou do Edifício Valongo em passeata até a Praça Mauá, concentração do ato unitário da greve geral de 28 de abril na Baixada Santista. Animados, revezavam entusiasmados palavras de ordem contra o governo Temer e suas reformas.

Não estavam ali apenas os trabalhadores da Petrobrás do Edifício Valongo. Convocados pelo Sindipetro-LP para se dirigir diretamente ao prédio administrativo da Petrobrás em Santos, petroleiros de outras unidades atenderam ao chamado da entidade: realizar uma greve nas ruas.

Mesmo aqueles que não se incorporaram aos protestos de rua também fizeram sua parte: as unidades operacionais da companhia na Baixada Santista e no Litoral Norte amanheceram vazias, sem qualquer movimentação. Em todas as unidades, a adesão da categoria foi grande. Na RPBC e UTE/EZR, os trabalhadores sequer chegaram à portaria. Não houve nenhum ônibus fretado chegando ao estacionamento da refinaria. Resultado: adesão de 100% no turno e administrativo. Os poucos terceirizados que chegaram foram avisados sobre a greve e não entraram.

No terminal Transpetro da Alemoa, em Santos, poucos trabalhadores terceirizados chegaram à portaria. Apesar disso, fruto também de mais de um mês de convencimento com panfletagens e atrasos, o Sindicato conseguiu com facilidade convencer os operários de que o dia 28 era dia de greve. Aliás, sabemos que muitos não estavam ali por livre escolha. Se pudessem, sequer se deslocariam até o trabalho. A presença do sindicato, em todas as unidades, serviu também para dar respaldo aos empregados diretos e terceirizados que foram pressionados por suas gerências a comparecer ao trabalho.

Confira as fotos da participação dos petroleiros na Greve Geral na Baixada Santista

No Terminal de Pilões, em Cubatão, houve corte de rendição e adesão de 100% do turno, administrativo e terceirizados. Nas plataformas de Merluza, Mexilhão e P-66, a greve aconteceu com a paralisação dos serviços a bordo e emissão de PTs (Permissões de Trabalho). Apenas manobras necessárias à segurança e habitabilidade das unidades foram realizadas. No Edisa Valongo, mais da metade dos petroleiros diretos não compareceram ao local de trabalho.

Na UTGCA, em Caraguatatuba, houve adesão de 100% do turno, 50% do administrativo e 100% dos terceirizados parados. Lá, houve o apoio do Sintricon e do Sindicato dos Rodoviários. Além disso, os trabalhadores do sobreaviso entregaram o turno para o grupo de contingência. No Tebar, houve 100% de adesão dos trabalhadores diretos e terceirizados. O movimento teve apoio do Comitê do Litoral Norte e do movimento estudantil.

Em Santos, assim que a concentração na Praça Mauá se transformou em passeata pelas ruas do centro de Santos, os petroleiros foram parte dos mais de três mil trabalhadores, estudantes e ativistas que deram um recado contundente ao desgoverno Temer: os trabalhadores e a juventude não está morta, tem capacidade para reagir, tem disposição de lutar, tem condições de vencer. Juntos, somos mais fortes!