Sindipetro-LP corta rendição e abre BO contra corte de efetivo

RPBC

Desde que foi anunciada a “reestruturação de efetivo", em várias plantas operacionais estratégicas da Petrobrás, o que incluiu a Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão (RPBC), o Sindipetro-LP vem realizando atrasos de forma sistêmica. Além disso, no último dia 19, o Sindipetro conquistou – via 5ª Vara do Trabalho de Cubatão – uma liminar que suspendeu em caráter temporário a redução unilateral do efetivo operacional.

E mesmo assim, diante dessa “ordem” vindo de “cima” a gerência da unidade vinha tentando fazer valer esse absurdo. Ontem, infelizmente essa liminar foi suspensa e o gerente geral e o gerente produção, para manterem os cargos e ir para “as vias de fato”, resolveram cortar efetivo de forma abrupta e sem prévia discussão com o Sindicato. A ordem foi cortar trabalhador do quadro e pronto!

Diante dessa postura intransigente, a Diretoria do Sindipetro-LP cortou a rendição do Grupo 1 que entrou ontem (27) às 15h e deveria sair às 23h. O Grupo 2 que deveria entrar às 23h foi para casa e os trabalhadores do Grupo 3 só entraram para trabalhar ao meio dia, após os dirigentes do Sindipetro-LP, juntamente com a assessoria jurídica do Sindicato, abrir um Boletim de Ocorrência de Preservação de Direitos.

A refinaria vem funcionando no limite após a saída de muitos trabalhadores através do PIDV. A mesma realidade se reproduz nas demais refinarias, realidade que Pedro Parente e seu plano privatizante ignoram. Para se ter uma ideia, sempre que há paradas para manutenção, qualquer urgência ou anormalidade, é necessário recorrer a trabalhadores de outros grupos com a imposição de horas extras e dobras. Se no quadro existisse a possibilidade de corte, conforme eles alegam pautados em um estudo feito na própria unidade e que não atende à normas de segurança e saúde, não haveria petroleiros trabalhando até 24 horas sem interrupção.

Essa nova ofensiva da direção da companhia sobre os trabalhadores também aumenta sensivelmente a possibilidade de novos e mais graves acidentes, colocando em risco a segurança das unidades, dos trabalhadores e das comunidades que estão no entorno das instalações operacionais da empresa.

No início do mês de junho mês foram contabilizadas as mortes de três petroleiros terceirizados da sonda NS-32 no Campo de Marlim, na Bacia de Campos, vítimas de uma explosão No mesmo campo, há dois dias, a produção da plataforma P-35, foi suspensa, após registrar vazamento de água oleosa no mar. Felizmente, dessa vez, não houve feridos.

Esses acidentes, não são uma fatalidade; são os resultados trágicos de uma política criminosa de redução de custos que considera vidas apenas números.

Preservação de Direitos
A elaboração do Boletim de Ocorrência (BO), alegando preservação, tem por intuito responsabilizar diretamente a gerência da RPBC no caso de algum trabalhador sofrer acidente por conta da redução do quadro. A redução do efetivo é porta aberta para que o índice de acidentes aumente de forma drástica. Não só os petroleiros da RPBC, mas os petroleiros de todas as refinarias e de todo o Sistema Petrobrás devem reagir à altura para que a redução de efetivo, uma das facetas do desmonte da companhia, seja derrotada. Por isso, os petroleiros de todo o Brasil vão cruzar os braços na próxima sexta-feira (30), dia de Greve Geral contra os ataques de Temer.