Petroleiros e outras categorias do Litoral Norte realizam com sucesso a Greve Geral

Tebar e UTGCA

A Greve Geral realizada no Litoral Norte na sexta-feira, dia 30 de junho, concentrada nas unidades da Petrobrás na região - Tebar, em São Sebastião, e UTGCA, em Caraguatatuba - foi vitoriosa. Com adesão de mais de 90% dos trabalhadores próprios e terceirizados das duas unidades, repetiu-se o sucesso da mobilização também construída nas unidades da companhia na Baixada Santista, colocando a categoria petroleira do Litoral Paulista na vanguarda da luta contra os ataques de Temer à aposentadoria e direitos trabalhistas. Já à 0h, os diretores do sindicato conversavam com os trabalhadores para definir como as unidades seriam entregues para a contingência.

No Tebar, a contingência assumiu às 8h. Assim como relatado nas manifestações em todo o país, a Polícia Militar estava comprometida em provocar os manifestantes. Diante de grupos agiam polidamente, sendo até mesmo "gentis" e "solícitos". Porém, quando conversavam com grupo menores de pessoas, ameaçavam e exigiam documentos. Para se ter uma ideia, prometeram usar cassetetes caso os manifestantes distribuissem panfletos entre os carros, parados nos sinais fechados, como é costumeiro nos atos realizados naquele local. Por volta das 12h, conforme previamente combinado com a PM, Polícia Rodoviária e Departamento de Trânsito da cidade, os manifestantes ocuparam uma das pistas, em sentido ao centro comercial de São Sebastião, para panfletar. No entanto, poucos metros depois de deixar a portaria do Tebar, a Polícia Rodoviária e Militar tentaram forçar os grevistas a ocuparem meia pista, colocando em risco os manifestantes. O grupo resistiu à repressão, e mesmo em meio a empurrões de policiais, ocupou por cerca de 40 minutos o estacionamento em frente à Caixa Econômica Federal, onde realizaram a panfletagem e conversaram com a população.

Na UTGCA, a gerência não quis negociar com o sindicato, colocando no comando da unidade grupos sem operadores, o que obrigou o Sindicato a registrar Boletim de Ocorrência na delegacia, denunciando a gerência pelo risco que os trabalhadores estavam sendo submetidos. A assessoria jurídica do Sindipetro-LP também denunciou a irregularidade no Ministério Público do Trabalho, em São José dos Campos. Um fiscal do trabalho se deslocou até a unidade para constatar a denúncia.

Diferente da Greve Geral do dia 28 de Abril, em que mais de 400 pessoas - entre servidores, portuários, petroleiros e estudantes - fizeram um dos maiores atos do Litoral Norte, a participação dos trabalhadores na greve do dia 30 foi menor, em parte devido às férias nas escolas, que desmobilizaram estudantes e até mesmo professores, mas principalmente pela falta do chamado de alguns sindicatos, que não consultaram suas categorias e tampouco participaram da mobilização.

A greve no Litoral Norte foi construída pelo Fórum Sindical do Litoral Norte, grupo formado pelo Sindipetro-LP, Sindicato dos Estivadores do Porto de São Sebastião (Sindestiva), Sindicato dos Agentes Penitenciários do Estado de São Paulo (Sindasp), Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (Sifuspesp), Sindicato dos Trabalhadores do Seguro Social e Previdência Social do Estado de São Paulo (Sinssp), oposição do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOSP), Sindicato dos Trabalhadores Portuários (Sindaport), além do Sindicato dos Servidores de São Sebastião (Sindserv) e funcionários públicos de Caraguá. O Sintricon, sindicato que representa os trabalhadores terceirizados da Construção Civil, foi igualmente importante para realização da mobilização, assim como os grupos de estudantes e artistas, presentes no ato.