Com redução do efetivo e degradação da fábrica, gestão da Petrobras prepara terreno para privatizar Fafen

Sucateamento em Sergipe

A situação da Fafen Sergipe, (Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados da Petrobras), é muito grave. Fotos e relatos anônimos de operadores revelam que a planta industrial da fábrica está deteriorada e com vários vazamentos. Para piorar, a gestão da Petrobras pretende reduzir ainda mais o efetivo de trabalhadores.

Todas as fotos e as denúncias foram repassadas pessoalmente pela direção do Sindipetro AL/SE, no Rio de Janeiro, ao gerente executivo de SMS e ao gerente geral de SMS da RGN (Refino e Gás Natural), na reunião das Comissões de Acompanhamento do ACT, que ocorreu nesta quarta-feira, 05, entre Petrobras e FNP (Federação Nacional dos Petroleiros).

Situação da Fafen
Muitas áreas da planta industrial estão operando no limite (veja fotos abaixo). Na torre de perolação, por exemplo, alguns operadores se recusavam a subir sem um laudo técnico, por conta da degradação existente. Mesmo depois da visita de dois engenheiros do CENPES (Centro de Pesquisas e Desenvolvimento), que fizeram simulações de carga e espessura, os operadores ficam com receio. Dos dois elevadores, um está parado há meses. Além disso, há vários vazamentos de vapor e ureia em toda a torre. É arriscado inclusive circular pelo entorno da torre, pois muitas telhas estão soltas. Recentemente duas caíram e poderia ter ocasionado um grave acidente, caso tivesse alguém na área.

Várias outras áreas operacionais e de carregamento da ureia estão com telhados danificados, com telhas pesadas caindo na rota dos trabalhadores. Várias delas já estão isoladas, mas o risco ainda continua grande.

Devido várias corrosões na planta e muitos equipamentos dando problema, a produção parou por sete dias em junho deste ano. Essa parada ocorreu pela falta de equipamentos para medir e especificar a água que vai para o processo de produção de amônia e ureia. Isso, por conta da falta de manutenção adequada em todo o processo da produção de insumos (vapor, água potável, água desmineralizada e etc).

A Petrobras ainda prorrogou por duas vezes a parada de produção, que inicialmente estava prevista para início de abril e agora está para 15 de agosto. Sem falar que parte da verba destinada à parada foi cortada, o que pode implicar em uma manutenção possivelmente deficiente.

Redução de Efetivo
Esses problemas se agravam por conta da não reposição de operadores, que saíram no PIDV 2014/2017 e no programa Mobiliza. Como solução, a gerência colocou para operadores assumirem duas áreas ou uma área grande, como é o caso da fornalha da amônia, que hoje opera com apenas um operador.

Desprezando totalmente o funcionamento da Fafen, de várias plantas industriais e a segurança dos trabalhadores, a gestão da Petrobras fala em reduzir ainda mais o efetivo.  Nesta quarta-feira, na reunião das Comissões de Acompanhamento do ACT, no Rio de Janeiro, a gestão executiva da Petrobras informou que devem ocorrer novas reduções nas Fafens e nas refinarias. A única meta da gestão da empresa e dos governos é cumprir o plano de redução de custos, que tem como objetivo a privatização da Petrobras.

Por isso nossa categoria deve ficar atenta e organizar a luta, assim como nas refinarias, que estão em greve.   Só assim é possível exigir um efetivo necessário que garanta a operação, a segurança para a vida dos trabalhadores e barrar esse processo de desmonte e privatização.

Fonte: Sindipetro-AL/SE