Petroleiros da RPBC e UTE EZR realizam atraso e passeata contra redução do efetivo

Em defesa da vida

A manhã desta terça-feira (11) começou com uma forte mobilização na Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão (RPBC) e UTE Euzébio Rocha, duas importantes unidades da Petrobrás na Baixada Santista.

Com o apoio da Frente Sindical Classista, que reúne os sindicatos e oposições sindicais combativas da região, o Sindipetro-LP atrasou a entrada dos trabalhadores dos regimes de turno e administrativo por mais de duas horas, realizando uma passeata simbólica da barraca em frente ao prédio administrativo da unidade até a portaria 1, por onde entra parte dos terceirizados, que também participaram parcialmente do movimento.

O protesto, que teve como foco a luta pela preservação da vida dos trabalhadores, com a defesa da segurança nas instalações da unidade e da comunidade do entorno, aconteceu no mesmo dia em que o Senado votou e aprovou a "reforma" trabalhista. Dentre outros ataques, esta medida irá justamente aprofundar as condições inseguras e precárias de trabalho e autorizar por definitivo as mudanças no efetivo que a direção da Petrobrás quer aplicar. Para toda a classe trabalhadora, tal reforma significa um retrocesso histórico, impondo um nível de exploração ainda mais brutal.

A ação dos petroleiros foi destaque na imprensa local, ganhando inclusive repercussão nacional, o que fortalece a luta pelo apoio da sociedade. Esta tarefa é fundamental, uma vez que a batalha é sobretudo pela segurança - não só das unidades operacionais e trabalhadores afetados pela redução - das comunidades localizadas nos entornos das refinarias.

Anunciada pela diretoria do sindicato em conversas com os trabalhadores nas unidades, muitos petroleiros - sabendo da manifestação - não compareceram ao trabalho no horário que deveriam entrar. Outros, que estavam em folga, também marcaram presença para fortalecer o protesto. Cerca de 70% dos funcionários da administração aderiram ao atraso. Já a participação dos trabalhadores do turno foi de 100%. O atraso durou cerca de três horas.

A categoria petroleira vem sofrendo constantes ataques por parte de Pedro Parente, nome de confiança de Temer na Petrobrás. O alvo mais recente são os trabalhadores das refinarias. Parente decidiu por uma “reestruturação de efetivo", o que significa colocar em risco a vida dos trabalhadores com um único intuito – reduzir gastos. Na RPBC o assédio moral é uma das consequências deste plano, uma vez que a gerência da unidade vem tentando implantar a qualquer custo esta medida.

#JuntosSomosMaisFortes