Congresso Paulista defende pauta enxuta e unidade nacional para preservar direitos e combater a privatização

Campanha reivindicatória

Realizada no dia em que se completam 20 anos do fim do monopólio estatal do petróleo, a plenária final do Congresso Paulista da FNP aprovou, neste domingo (6), em São Sebastião, uma série de resoluções que se enfrentam diretamente com o projeto privatizante de Parente/Temer. 

Por sua profundidade, através da venda de ativos, entrega do pré-sal e sucateamento das unidades de refino, para ficar apenas em alguns exemplos, os ataques contra a companhia lembram cada vez mais a agenda neoliberal de duas décadas atrás, sob o governo tucano de FHC. 

E a conclusão do Congresso Paulista da FNP, diante desse cenário, é simples: sem a unidade nacional da categoria, envolvendo os 18 sindipetros espalhados pelo país na construção de um calendário unificado de lutas, não será possível organizar a categoria para enfrentar este projeto. Por isso, algumas das propostas aprovadas apontam como prioritária a formação de plenárias, fóruns e um Comando Nacional de Greve que unifique todos os lutadores da categoria para a construção de ações em comum. No âmbito estadual, uma das propostas aprovadas é a realização do 2° Congresso Unitário dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Coupesp).

Numa conjuntura marcada pela retirada de direitos e desnacionalização de setores estratégicos para a soberania do país, a Petrobrás e os petroleiros vêm sendo um dos principais alvos do desgoverno Temer. Através de dois planos de desligamento voluntário, e também do fechamento de vagas no setor privado, já são mais de 200 mil petroleiros e petroleiras que perderam seus empregos. No caso do nosso ACT, a empresa já propôs o desmonte do Benefício Farmácia e o aumento da parcela de contribuição dos trabalhadores na AMS. Soma-se a isso as especulações em torno de uma “reformulação total do ACT” na negociação que se aproxima.

Neste sentindo, articular o esforço por um ACT vitorioso com a luta contra o desmonte do Sistema Petrobrás passa a ser fundamental. “Uma empresa com menos direitos, mais exploração dos seus trabalhadores, é mais atrativa para o mercado. Preservar nossos direitos é parte importante da luta contra a privatização”, afirmou Adaedson Costa, coordenador-geral do Sindipetro-LP e secretário-geral da FNP.

Preocupados em construir uma campanha reivindicatória conectada à atual conjuntura, que é extremamente difícil para a classe trabalhadora, os petroleiros presentes também aprovaram como estratégia uma pauta mais enxuta. Em outras palavras, no lugar da tradicional pauta histórica, a ampla maioria dos delegados e delegadas presente considerou mais efetivo priorizar uma lista reduzida de reivindicações. Dentre elas, combater a redução de efetivo, exigir estabilidade no emprego, rejeitar qualquer proposta de perda salarial e de direitos e enfrentar o avanço da terceirização. Além disso, algumas das propostas aprovadas já se apresentam como uma resposta à nova realidade que a reforma trabalhista e lei de terceirização impõem aos trabalhadores.

As teses aprovadas, assim como as contribuições para a pauta reivindicatória, agora serão encaminhadas ao 11º Congresso Nacional da FNP, que acontece entre os dias 17 e 20 de agosto, no Rio de Janeiro (RJ).

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