CIPA da UTGCA convoca reunião extraordinária para investigar causas de acidente grave

Litoral Norte

Os membros CIPA da UTGCA, juntamente com os diretores do Sindipetro- LP, convocaram uma reunião extraordinária na última sexta-feira (11) para tratar sobre as causas de um acidente grave ocorrido no dia anterior. O fato, que ocorreu durante serviço de manutenção mecânica em um dos compressores de gás de reciclo da unidade, foi motivado pelo rompimento do olhal de amarração na cinta da tampa do compressor.

 A vítima do acidente foi um técnico de manutenção, com vasta experiência na atividade, que sofreu um corte na testa em função da projeção de um objeto (ainda não identificado) durante o desprendimento de uma cinta de amarração. “O objeto atingiu primeiro o capacete, que não sofreu trinca, apenas uma ranhura, mas na falta dele, certamente a lesão teria sido bem maior”, segundo relatou um colega de trabalho. Após o acidente, o petroleiro foi socorrido no ambulatório da unidade e posteriormente conduzido até um hospital.

As causas
Entre as causas prováveis do acidente pode-se destacar a má-iluminação do local, jornada de trabalho de mais de 12 horas, fadiga e planejamento inadequado. Tudo isso está alinhado ao processo de desmonte da Petrobrás, que inclui mais assédio moral, menos investimento em manutenção e jornadas exaustivas de trabalho.

Embora a CIPA já tenha elaborado um relatório preliminar, será formada uma comissão específica para investigar o acidente, conforme determina padrão interno da Petrobrás. Participarão dessa comissão representantes da CIPA e do sindicato para que o caso seja melhor elucidado.

Muito discurso, poucas ações
Não bastasse o abalo psicológico que um acidente desse tipo causa na força de trabalho, a gerência da unidade resolveu realizar, no último dia 14, um “DSMS” com a equipe de manutenção na oficina mecânica (k-10). O objetivo era intimidar a força de trabalho pelos péssimos índices de incidentes e acidentes da unidade. Na contramão de uma política séria e comprometida de SMS, a gerência da unidade procura impor o novo modelo de cumprimento das “regras de ouro” em tom de ameaça. Terceiriza-se tudo, inclusive a responsabilidade dos acidentes, tentante jogar nas costas dos trabalhadores a conta do desmonte da empresa.

Foi dado o recado: “quem não cumprir as regras e procedimentos, será punido!” Ora, será que é dessa forma que se implementa uma política séria e transparente de SMS? Ameaçando punir os trabalhadores? Será que essa é a melhor estratégia de buscar a prevenção dos acidentes?

A diretoria do Sindipetro-LP defende uma política de SMS com ampla participação da força de trabalho. Não é à toa que cobramos nas reuniões de CIPA e do Comitê Local de SMS a implementação de campanhas que realmente possam evitar a ocorrência de acidentes e conscientizar a força de trabalho da importância de se trabalhar com segurança. Nós não concordamos com essa política de consequências que está sendo implementada, à revelia de qualquer negociação com os trabalhadores.

Os trabalhadores da UTGCA estão em luta contra as arbitrariedades desta gerência!