Em CPI na ALERJ, FNP denuncia gestão corrupta de Parente na Petrobrás

Investigação

FNP denuncia atos de corrupção praticados por Pedro Parente, na Alerj. Presidente da Petrobrás escolhe empresa considerada uma das mais corruptas no negócio de petróleo para fazer parcerias e explorar nossa maior riqueza mineral

Na manhã desta quinta-feira (24), a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) denunciou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), que investiga o desmonte da Petrobrás e a venda de ativos da empresa, os atos recorrentes de ilegalidade na venda de ativos da Petrobrás pelo atual presidente da empresa, Pedro Parente.

Raquel Sousa, advogada da FNP, falou sobre a sistemática de desinvestimento da empresa e chamou a atenção para o caso Karoon, em que Pedro Parente escondeu dos tribunais, dos acionistas e, principalmente, de seus trabalhadores e do povo brasileiro, que a proposta da australiana Karoon Gas era falsa. Estava embasada na parceria da Karoon com a maior petroleira australiana, a Woodside Energy.

Assista ao vídeo sobre a denúncia, na CPI:

Outro fato relatado por Raquel, que chamou a atenção dos deputados presentes, foi sobre a insistência de Parente em estabelecer parceria com o grupo petroleiro francês Total, acusado de corrupção, tráfico de influência e de impactos ambientais, para explorar o país.

Escândalos sobre a Total
Nos Estados Unidos a TOTAL subscreveu ACORDO DE LENIÊNCIA (acordo celebrado entre a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) - que atua em nome da União - e pessoas físicas ou jurídicas autoras de infração contra a ordem econômica), reconhecendo a prática de CRIMES DE CORRUPÇÃO por seus executivos pagando multas que somam 398,5 milhões de dólares.

A JUSTIÇA ITALIANA também decretou a PRISÃO DE EXECUTIVOS DA TOTAL e políticos italianos, no final de 2008, envolvidos em CORRUPÇÃO na aquisição do campo de Petróleo de Basilicata, o maior campo terrestre de petróleo da Europa.

A subsidiária italiana da Total estava sob investigação por suposta corrupção de políticos locais, que garantiram bens a preços abaixo do valor de mercado na concessão. (Leia artigo traduzido)

Recentemente, Total também foi condenada pela JUSTIÇA FRANCESA pela CORRUPÇÃO DE FUNCIONÁRIOS do governo de Saddam Hussein, no IRAQUE. A empresa foi multada em 825 mil dólares, no ano passado e acusada de corromper funcionários estrangeiros, envolvidos no programa Petróleo por Alimentos (Oil-for-Food), da ONU, no Iraque.

Assim, Pedro Parente faz PARCERIA com uma empresa que executa planos absurdos de explorar petróleo com atuação corrupta, a fim de adquirir campos e reservas de petróleo por preço VIL. Total, fique longe do Brasil!

Há quatro anos, a Total concordou em pagar uma multa de 245.2 milhões de dólares para diminuir as acusações relacionadas a violações da Lei de Práticas de Corrupção no Exterior (FCPA). Na nota oficial da Divisão Criminal do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, a gigante francesa efetuou pagamentos ilegais através de terceiros a um funcionário do governo, no Irã, para obter valiosa concessões de exploração de petróleo e gás. Agora, parece que a história se repete no Brasil.

Na época, o Departamento de Justiça dos EUA entrou com uma ação criminal no Tribunal de Primeira Instância americano, em que acusa a Total de conspiração para violar as disposições antissuborno da FCPA, além de uma acusação de violação das disposições da FCPA sobre registros contábeis.

Cipeiro comparece na CPI Petrobrás e denuncia precarização na Reduc

Marcelo Bernardo, técnico de operação da REDUC, esteve na CPI e entregou um documento ao deputado Paulo Ramos, em que denuncia a atual situação de precariedade na Refinaria Duque de Caxias, Reduc.

Assista ao vídeo em que Bernardo faz a denúncia:

Leia o documento entregue pelo cipeiro na íntegra, clique aqui.

CPI Petrobrás
A CPI é presidida pelo deputado Paulo Ramos (PSol). Durante a reunião de instalação do grupo, em junho, o parlamentar frisou que o objetivo é saber se a venda de ativos da estatal preenche as normas legais e atende aos interesses econômicos do estado.

“O Estado do Rio tem na Petrobrás uma presença determinante para a sua economia e, depois de tudo o que aconteceu com a Operação Lava Jato e o que ainda está acontecendo, vemos que a decisão da diretoria da empresa se destina ao desmonte completo com a venda de ativos. Queremos conhecer profundamente o que está acontecendo”, disse Ramos.

Com a reunião de hoje (24), a CPI chega a sua 4ª convocação. Fernando Siqueira, vice-presidente da AEPET já foi ouvido pela CPI. Pedro Parente também foi convocado, no entanto, o atual presidente da Petrobrás conseguiu na justiça a suspensão da sua convocação.

Ouça entrevista do deputado Paulo Ramos para a FNP sobre a importância da CPI

Na época, o deputado Paulo Ramos, disse, em nota, que a Alerj está sendo vítima de intervenção de uma representante do Poder Judiciário nos trabalhos da CPI. "Eu considero essa decisão arbitrária. Não é competência do Judiciário intervir dessa maneira no Poder Legislativo", disse.

Também foram ouvidos nesta quinta: Adaedson Costa, diretor da FNP e do Sindipetro-LP e Eduardo Henrique, diretor da FNP e do Sindipetro-RJ. Estavam presentes os deputados Luiz Martins (PDT), Dr. Julianelli (Rede) e Milton Rangel (DEM), além de Fernando Siqueira (Aepet) e Ricardo Maranhão (Aepet).

Assista ao vídeo em que Adaedson Costa e Raquel Sousa falam sobre a CPI:


*A cobertura completa da participação da FNP na CPI Petrobrás pode ser vista no site da Alerj.

Fonte: Federação Nacional dos Petroleiros