Trabalhadores dos Correios deflagram greve por tempo indeterminado

Resistir é possível!

Ameaça constante de privatização e tentativa de retirada de direitos pela direção da empresa. Estamos falando da Petrobrás? Poderia ser, mas não é o caso. O cenário que relatamos é o enfrentado pelos trabalhadores dos Correios, que na última quinta-feira (20) entraram em greve em todo o país.

Eles estão em Campanha Salarial e reivindicam reajuste dos salários e manutenção de direitos. Além da Baixada Santista, paralisação também teve a adesão dos trabalhadores do Vale do Paraíba, Serra da Mantiqueira e Litoral Norte.

"Estamos tentando negociar com a direção dos Correios desde julho, mas os representantes da empresa permanecem intransigentes, querendo cortar benefícios e reduzir ainda mais o quadro de funcionários. Não vamos permitir nenhum direito a menos! Os trabalhadores estão unidos e dispostos a enfrentar uma grande e forte greve pela manutenção de direitos e reajustes também nos benefícios," disse Moisés Lima, presidente do Sintect-VP.

Os sindicatos denunciam que há falta de funcionários nos Correios, o que leva à sobrecarga de trabalho. Mesmo assim, não há previsão de abertura de concurso para contratação. Ao contrário, em 2016 os Correios anunciaram um Programa de Demissão Incentivada (PDI), que ainda está em vigor.

Há planos de fechamento de diversas agências até o final deste ano, além de uma série de ataques aos direitos conquistados em acordos coletivos anteriores. A categoria também luta contra a terceirização do convênio médico e contra os planos de cobrança de mensalidade, uma realidade que se estende a diversas categorias, incluído aí os petroleiros.

Além disso, há algum tempo a ECT tem apresentado constantes mudanças de reestruturação na empresa, com abertura ao mercado e parcerias externas.

Agora, os Correios também estão no alvo das privatizações de empresas públicas e estatais, do governo federal. Mais uma ameaça aos empregos e à qualidade da ECT, que sempre esteve à frente na confiança da sociedade.

Ressalta-se que a categoria de trabalhadores dos Correios é a que recebe os menores salários entre as empresas públicas e estatais, e a empresa optou nos últimos anos a manter uma cultura de benefícios em troca de reajustes salariais dignos aos empregados. Logo, todas as conquistas dos ecetistas funcionam como uma compensação à defasagem financeira.

Adesão
Dos 31 sindicatos filiados à FENTECT, aderiram à greve os estados de Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, São Paulo (Campinas, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Vale do Paraíba e Santos), Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais (MG, Juiz de Fora e Uberaba), Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul (RS e Santa Maria), Sergipe e Santa Catarina.  Apenas Acre, Rondônia e Roraima ainda não confirmaram.

Embora o comando permaneça em Brasília para negociar com a ECT, a empresa anunciou na manhã desta quarta-feira (20) que não se reunirá com os representantes da FENTECT por conta da mobilização organizada pelos sindicatos filiados em todo o país. Porém, a campanha segue com o tema: "Nossos direitos e empregos ficam, Guilherme Campos sai". Enquanto isso, não há obrigatoriedade pela manutenção dos 30% de funcionamento, no entanto, algumas agências apenas reduziram o efetivo. A greve é por tempo indeterminado.

Os petroleiros e petroleiras apoiam a greve dos Correios, compreendendo inclusive que a vitória desta importante categoria é a nossa vitória também e pode exercer elevar o ânimo da categoria para empreender o necessário enfrentamento contra a política de desmonte da atual direção da Petrobrás!

Com informações do Sindimetal-SJC e CUT