Apesar dos protestos, 14º leilão é realizado e entrega 37 campos de petróleo

Privatização

Foi realizada nesta quarta-feira (27) a 14ª Rodada de Licitações de Petróleo e Gás que ofertou 287 blocos de exploração.  O leilão arrecadou R$ 3,84 bilhões em bônus, dos quais somente os dois blocos arrematados pelo consórcio Petrobras/ExxoMobil na Bacia de Campos responderam, sozinhos, R$ 3,6 bilhões da arrecadação total.

Os 287 blocos foram divididos em 29 setores de nove bacias sedimentares, totalizando uma área de quase 123 mil km². Apenas 37 (13%) foram arrematados e muitos receberam proposta única.

Durante o evento, um grupo indígena, integrantes da ONG 350.ORG e petroleiros presentes foram impedidos e agredidos pela segurança contratada pela ANP ao tentarem continuar um protesto no acesso ao auditório do Windsor Barra Hotel, no Rio de Janeiro, onde estava sendo realizado o leilão.

Ao todo, 17 empresas arremataram áreas para exploração, sendo sete delas estrangeiras.

Na Bacia de Santos, onde havia expectativa de maior interesse por parte das companhias, somente um dos 76 blocos foi arrematado pela empresa australiana Karoon, por R$ 20 mi.

Os lotes mais disputados foram os da Bacia de Campos. Todos os seis blocos do setor SC-AP3 foram arrematados pelo consórcio formado entre Petrobrás e Exxonmobil, sendo um deles pelo valor de R$ 2,2 bilhões.

A Parnaíba Gás Natural, controlada por capital alemão, levou cinco blocos na Bacia do Parnaíba, por quase R$ 2,7 mi. Outros sete blocos da bacia não receberam ofertas.

A chinesa CNOOC e a espanhola Repsol levaram áreas marítimas na Bacia do Espírito Santo, pelos valores de R$ 23,5 mi e R$ 23 mi, respectivamente. Mais cedo, a Petrobrás arrematou um bloco, na Bacia do Paraná, por R$ 1,69 mi, o único arrematado dentre as 11 oferecidas naquela bacia.

Quanto à Bacia do Recôncavo, sete dos 27 blocos foram levados pelas empresas Petroil, Guindaste Brasil, Tek e Great Energy, que pagaram a pechincha de R$ 1,94 mi.

Para os manifestantes, ficou claro que a licitação foi concluída sem cumprir totalmente seus tramites, pois vários blocos como o da Bacia de Pelotas não receberam nenhuma oferta. Na Bacia Potiguar apenas um bloco foi arrematado dentre os 62 ofertados, tendo a empresa Geopark Brasil como vencedora, por R$ 412,5 mil. “Tem uma mentira colocada aqui quando se chama isso que vimos hoje de processo licitatório. Basta observamos a situação de cartas marcadas ao ver que só uma empresa participou da aquisição de determinado bloco numa só proposta. O Governo corrupto de Temer escolhe o pior momento para vender o nosso petróleo e a melhor forma de entregar nossas reservas às empresas estrangeiras” – analisa Vinicius Camargo, diretor do Sindipetro-RJ.

Ainda nesta quarta, uma plenária geral unificada das categorias, que organiza as atividades do Dia Nacional de Mobilizações e Paralisações em Defesa das Estatais, no dia 3 de outubro no Rio de Janeiro, se reunirá para definir o ato na capital carioca e que está programado para acontecer em outros estados e cidades do Brasil.

Para os petroleiros do Litoral Paulista, o Sindipetro-LP está organizando uma caravana, que saíra de Santos e São Sebastião no dia 2 de outubro. Os associados e seus dependentes tem até a sexta-feira (29), ao meio-dia, para se inscrever na caravana.

Fonte: Sindipetro-RJ