DIA DE LUTA E DE LUTO
Neste 5 de Outubro - Dia Nacional de Luta Contra a Exposição ao Benzeno - o Sindipetro-LP realizou o primeiro Seminário Sobre Prevenção ao Benzeno em São Sebastião.
Durante o evento, que teve a participação de trabalhadores da área industrial, representantes sindicais, fiscais do Trabalho, técnicos da Fundacentro, getebistas e estudantes, houve palestras sobre o tema e apresentação de dados regionais relacionados à exposição ocupacional ao benzeno.
A data ganhou uma importância ainda maior depois que os trabalhadores receberam a notícia da morte do petroleiro do terminal Transpetro de Pilões, Marcelo do Couto Santos, de 49 anos de idade, que faleceu em virtude da exposição ocupacional a hidrocarbonetos e ao Benzeno. Marcelo trabalhava há 30 anos na Petrobrás, como técnico de operação e deixou esposa e um filho.
No começo da manhã, no Tebar e na UTGCA, terceirizados e próprios receberam material feito pela Comissão Nacional Permanente do Benzeno (CNPBZ), que fala dos impactos da reforma trabalhista, que irá piorar a exposição ao agente químico. A reforma permite que mulheres gestantes continuem trabalhando na área operacional, um grande crime contra duas vidas extremamente fragilizadas. Na RPBC, em Cubatão, os dirigentes do Sindipetro-LP distribuíram também boletins e reafirmaram a necessidade de notificação do SMS em caso de vazamentos ou outros sinistros que exponham o trabalhador ao agente cancerígeno. Não há limites seguros de exposição ao benzeno.
Segundo levantamento feito pelo Sindipetro-LP, comparando as causas de morte relacionadas no atestado de óbitos de cerca de 200 pessoas, associados do sindicato, 63% das causas apontadas foram causadas por algum tipo de câncer. A média de mortes por câncer na Baixada Santista é de 52%, segundo o mesmo levantamento. Ainda que preliminares, os números colocam os petroleiros acima da estatística geral. É preciso mais cuidados e a prevenção, e a única forma de combater o benzeno na Petrobrás é desafiando a companhia, denunciando desvios e cobrando, por meio do sindicato ou órgão reguladores, que se cumpra a legislação.
A exposição ao benzeno é uma realidade na indústria petroquímica. É preciso cada vez mais medidas que diminuam as emissões do agente em todos os processos de produção e manipulação nas unidades, pois não existe limite seguro de exposição.
Em breve disponibilizaremos todas as paletras em vídeo aqui. Após as palestras e debates, foram sorteados dezenas de brindes doados pela Fundacentro, Sindipetro-LP e CRPBz.
Fotos
